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Sepultura lança seu livro este sábado na Galeria
Do Diário do Grande ABC
26/11/1999 | 15:44
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Será lançado este sábado (28) na Galeria do Rock (Rua 24 de maio, 62, loja 452, em Sao Paulo), às 16 horas, o livro "Sepultura - Toda a História", de André Barcinski e Silvio Gomes. É o que poderíamos definir como "a história oficial" daquela que já foi a mais internacional das bandas nacionais.

O jornalista Barcinski viu o grupo surgir e, em Sao Paulo, ajudou a catapultá-lo para a glória internacional. Chegou a cumprir uma funçao propagandística em relaçao ao Sepultura. O roadie Silvio Gomes trabalhou como técnico de som da banda desde sua fundaçao, em 1984. Sao duas testemunhas oculares - e auditivas - da história.

O Sepultura foi de fato um fenômeno. Surgiu em Belo Horizonte pelas maos dos irmaos Max e Igor Cavalera, garotos de classe média fas do Venom que "queriam vomitar só de ouvir falar em rodinhas de violao", como conta o livro. A primeira guitarra de Max tinha um captador acionado por um interruptor de luz. A "bateria" de Igor era sustentada num tripé de samambaia.

Passados 14 anos, Caetano Veloso contou que estava num hotel em Londres quando saiu para dar uma volta no quarteirao. Viu uma fila de jovens esperando por um autógrafo e foi acompanhando a fila até chegar a um cartaz que dizia que ali estava o Sepultura, lançando um disco novo. Uma banda brasileira de heavy metal conseguiu o sucesso internacional que ele nao conseguiu em 40 anos.

O que ocorreu entre essas duas cenas? É difícil dizer. Mas o livro de Barcinski e Gomes dá uma boa idéia de como tudo aconteceu, embora seja uma versao unilateral, já que as fontes sao apenas os músicos do grupo ou seus simpatizantes. Nao há detratores nem "podres".

Mas sem dúvida há boas histórias. Principalmente sobre turnês, como aquela na qual eles tiveram de dividir um ônibus com os alemaes do Sodom e, hostilizados pelos headliners, acabaram urinando sobre eles enquanto dormiam. Ou sobre as bebedeiras homéricas de Max Cavalera, que só se acertou na vida após o casamento com a americana Gloria - chegando até a ser chamado de "vovozinho" por seu atual comportamento sedentário.

Quando o grupo começou a criar fama, começou a botar as manguinhas de fora. Uma vez, contam Barcinski e Gomes, enfiaram pedaços de mortadela e salame dentro das jaquetas de couro dos integrantes da banda de death metal Morbid Angel. "O guitarrista tocou o show inteiro com uma folha de alface saindo do bolso."

Em Lisboa, durante um show, Max bateu com a guitarra nas costas de um segurança que esmurrara um fa. O público desceu das arquibancadas e começou uma espécie de guerra civil. Gloria Cavalera contou , algum tempo depois, que aquele incidente levou promotores de show a incluir uma cláusula nova nos contratos: a de que Max se comprometeria a nao espancar seguranças nem incitar a platéia.

Os autores só nao sao muito críveis quando narram as histórias das desavenças entre Max Cavalera e os outros integrantes do grupo, que levaram ao rompimento das partes em 1997. Eles parecem tomar partido claramente do lado Sepultura que ficou (Andreas, Igor e Paulo) e a versao de Max aparece esmaecida, sem força. Também fazem uma "aprovaçao" prévia do seu substituto no grupo, Derrick Green. Mas essa é ainda uma questao que causa controvérsia e divisao entre os fas. Já o Soulfly (a nova banda de Max), saudado pela crítica internacional como uma das grandes revelaçoes do ano passado, recebe pouca mençao. Mas aí já é uma questao de gosto.




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