As coisas não acontecem por acaso. Tudo tem uma explicação - e normalmente é financeira. A chegada oficial da Harley-Davidson no País após ser representada desde 1992 por grupos de importações independentes revela que o mercado de luxo no Brasil está em crescimento.

De acordo com a Abraciclo (Associação Brasileira de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), em 2009 foram comercializadas aproximadamente 26 mil motos premium -‘magrelas' acima de 500 cm³ e valor superior a R$ 25 mil. Em 2010, este número saltou para cerca de 29 mil, representando incremento significativo de 12%.

"Em 2011, nossa estimativa de crescimento em vendas, para o setor como um todo, é de 10%. Acreditamos que este segmento acompanhe o mesmo ritmo", afirma Sérgio Oliveira, gerente de relacionamento da Abraciclo.

Para Longino Morawski, diretor superintendente comercial da Harley-Davidson do Brasil, o segmento de luxo sobre duas rodas deve evoluir neste ano acima do mercado, podendo atingir o patamar de 15%.

No caso específico da marca norte-americana, as projeções para 2011 não são otimistas. A previsão é comercializar mais de 4.000 unidades - algo parecido com 2010, quando foram emplacadas 4.036 motocicletas da mítica marca norte-americana. "Este ano estamos focados no pós-venda. No atendimento técnico ao cliente que já possui sua motocicleta Harley. Estamos apenas com dois pontos de vendas abertos - São Paulo e Belo Horizonte -, mas pretendemos fechar 2010 com dez em todo o Brasil", explica o diretor, que para 2012 aposta na evolução comercial. "Queremos ultrapassar nosso recorde de vendas, obtido em 2006 com mais de 6.000 unidades emplacadas", completa.

MOTIVOS - Para Sérgio Oliveira, o crescimento do mercado de luxo de motocicletas se deve à evolução econômica do País. "Este crescimento está relacionado ao público consumidor de motocicletas premium, que em sua grande parte é de maior poder aquisitivo, já possui automóvel e adquire a motocicleta para lazer, viagens aos finais de semana ou ainda para obter maior mobilidade no trânsito das grandes cidades.", analisa.

E o futuro, segundo ele, é promissor. "Marcas mundiais importantes se instalaram recentemente no País acreditando no potencial deste segmento."