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Tranqüilo com o nível do emprego, Fed deve manter juros
Da AFP
11/12/2006 | 16:43
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Tranqüilo com o crescimento americano, apesar de sempre atento à inflação, o FOMC (Comitê de Política Monetária) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) deve manter sua taxa de juros inalterada, a 5,25%, na reunião desta terça-feira, segundo analistas.

"O comunicado será muito breve, com formulação muito parecida com a de 25 de outubro e os votos devem ser os mesmos da vez passada, com uma dissidência provável de um dos membros do Fed", afirmaram analistas da Global Insight.

Os mercados haviam começado a especular sobre uma pequena chance de queda nas taxas antes da publicação sexta-feira dos dados sobre o emprego, com diversos indicadores apontando para uma desaceleração acentuada do crescimento econômico americano.

Mas o relatório sobre o emprego eliminou estas ambigüidades. "O vigor contínuo do mercado de trabalho fará com que o Fed perca o interesse em reduzir as taxas a curto prazo", comentou Sal Guatieri, analista do BMO Financial Group.

A economia americana criou 132 mil empregos em novembro com uma clara diferença entre os setores mais debilitados (imobiliário e automotivo) e os mais saudáveis (serviços). Para os economistas, o melhor é que os setores debilitados ainda não estão contaminando os demais.

"O documento sugere que a economia evolui exatamente como o Fed previu, ou seja, que fora os setores imobiliário e automotivo, ela está se comportando bem, mas ao mesmo tempo há riscos de inflação", disse Drew Matus da Lehman Brothers.

O otimismo do Fed sobre o vigor da expansão foi expresso na última publicação do Livro Bege (informe sobre a economia), que considerou que o "crescimento se manteve a um ritmo moderado em todas as regiões".

A inflação é, em contrapartida, a grande incógnita da equação, e o relatório sobre o emprego também alimenta preocupações. A média dos salários por enquanto avançou 4,1% em novembro (em um ano), um nível claramente superior ao considerado aceitável.

O Fed teme que os custos trabalhistas sejam a nova ameaça contra a estabilidade dos preços, no momento em que o risco dos preços do petróleo parece se afastar.

No início do mês, o presidente do Federal Reserve de Chicago, Michael Moskow, afirmou que as taxas de juros poderiam aumentar na próxima reunião do FOMC, como parte da estratégia de combate à inflação nos Estados Unidos.

"Na minha opinião, existe um risco maior de inflação muito elevada do que de um crescimento muito fraco", declarou na ocasião em Chicago (Illinois, norte).

"Em conseqüência, um novo ajuste monetário pode ser ainda necessário para fazer a inflação voltar para uma faixa conveniente em um prazo moderado", afirmou, segundo o texto de seu discurso que retoma as grandes linhas de seu pronunciamento de 6 de novembro passado.




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