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Quadrinhos é gênero literário na Feira de Frankfurt
Do Diário do Grande ABC
19/10/2000 | 13:26
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Os quadrinhos (ou comic books) estao sendo pela primeira vez reconhecidos como um gênero literário de pleno direito, tanto artística quanto comercialmente, na Feira do Livro de Frankfurt, a mais importante manifestaçao editorial do mundo.

O presidente da Feira, Lorenzo Rudolf, considera os quadrinhos ``um importante suporte da cultura popular'. ``Em Tóquio, por exemplo, as pessoas já nao lêem os jornais no metrô e sim 'mangás'', os quadrinhos japoneses', acrescentou.

Durante muito tempo, as revistas em quadrinhos foram consideradas uma ``leitura exclusiva de crianças e adolescentes', enquanto que as destinadas ``aos adultos eram sistematicamente associadas à pornografia', estima o editor e crítico Eckart Sackman, em um artigo da ediçao especial da revista Buchkultur, onde parabeniza o fato da Feira ter concedido um lugar de honra ao gênero este ano.

Pela primeira vez em 52 ediçoes, a grande vitrine mundial do livro reservou espaços exclusivos para o comic book, desde os super-heróis americanos como Batman e Superman até os clássicos franco-belgas, passando pelos mangás, a ficçao científica, o western ou os mais intelectuais, como ``Maus', de Art Spiegelmann.

Frankfurt vai mostrar o quadrinho ``tal como é, ou seja, uma arte literária de pleno direito, que trata de todos os temas', explicou Birgit Fricke, da equipe encarregada dos quadrinhos.

A presença dos quadrinhos na Feira também permite que, em funçao de seu estreito vínculo com o mundo do cinema, do vídeo, dos games e da Internet, o livro possa criar laços com esses meios, acrescentou Fricke.

A revista da série ``Os Simpson's', por exemplo, vende 180 mil exemplaers por mês, segundo Stefan Volkmer, presidente da editora Dino, responsável por sua ediçao alema.

A ``Revista do Mickey', por sua vez, publicada pela editora Egmont Ehapa, vende 500.000 exemplares por semana, a maior tiragem em quadrinhos na Alemanha.

Os mangás japoneses também ocupam uma boa parte do mercado. A editora Carlsen, que possui o catálogo mais importante da Alemanha, com cerca de mil títulos, garante com os mangás 50% de seu faturamento, indicou o relaçoes pública Kai-Steffen Schwarz.

Os mangás sao traduzidos, mas conservam o mesmo formato dos originais, que sao lidos a partir da última página, como no Japao.

Entre 1999 e 2000, os resultados de Carlsen progrediram 40 % graças aos mangás. ``No entanto, de forma alguma abandonaremos nossos personagens tradicionais, como Tintin ou Asterix', acrescentou Kai-Steffen Schwarz, assinalando que o objetivo é oferecer a maior variedade possível ao público.




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