O correspondente do jornal britânico ‘The Guardian’ no Iraque, o irlandês Rory Carroll, liberado na quinta-feira depois de ter sido seqüestrado na quarta-feira, foi transferido à embaixada da Grã-Bretanha em Bagdá.

Segundo uma fonte dos serviços de segurança do Iraque, "o repórter foi seqüestrado no bairro de Baladiat (perto de Sadr City), na zona leste de Bagdá, por um grupo armado".

Segundo o jornalista, os seqüestradores eram xiitas que desejavam trocá-lo por militantes do grupo do clérigo radical Moqtada al-Sadr. "Eram xiitas. Em um momento me disseram que serviria de moeda de troca para as pessoas de al-Sadr presas em Basra", acrescentou. A cidade do sul do Iraque é controlada pelas tropas britânicas.

"Meu temor era que fosse vendido a grupos sunitas ou islamitas", prosseguiu Rory Carroll. "Na noite passada ouvi um seqüestrador no corredor falando no telefone celular. Riu e pareceu aliviado. Ele abriu a porta e disse: 'vou deixar você partir. Depois me colocou na mala do carro, me levou sozinho e me deixou no meio de Bagdá", contou o jornalista.

Carroll também contou como foi o seqüestro em um bairro de maioria xiita da capital. "Eles me colocaram em um veículo e depois de 20 minutos me passaram para a mala de outro carro. Tiraram a minha roupa e colocaram outra mais velha".

Em seguida o repórter foi amarrado e levado para um quarto escuro, em uma casa residencial de Bagdá. "Era um quarto escuro. Só tinha um colchonete e uma almofada. Me deixaram sair duas vezes para comer", explicou Carroll.