Desde que foi formada, na Pré-História, a família passou por muitas mudanças. Quando começou a colonização do Brasil, os portugueses trouxeram para cá a cultura da época - a mãe tinha de cuidar da casa, não podia trabalhar fora nem sair sozinha. No entanto, na prática, trabalhava na fazenda, cuidava da casa, costurava para a família. A diferença é que era o pai que mandava em tudo, a palavra final era sempre dele.

Aos poucos, a mulher conquistou independência. Passou a votar, trabalhar fora e ter voz dentro de casa, tornando-se mais exigente com tudo. Segundo Gabriel Antônio, 8 anos, de São Bernardo, isso ocorre com a mãe dele. "É mais brava do que meu pai, mas também é muito carinhosa", conta o garoto, que ficou de castigo por não querer parar de jogar videogame. "Fiquei sentado um tempão sem fazer nada."

No meio de tantas tarefas a cumprir, a mãe - ou quem educa uma criança - tem de servir de exemplo e mostrar como as coisas devem ser feitas e a vida funciona, já que a gente aprende por imitação. No filme Marte Precisa de Mães, os bebês são separados ao nascer. As fêmeas são criadas por robôs (que recebem a memória das mães humanas) e os machos são largados em um lugar sozinhos e não aprendem com ninguém. A única coisa que sabem é dançar. Por isso, imitam tudo que os outros fazem e não compreendem coisas básicas.

E se na Terra também fosse assim? Elara Perini, 10, de São Bernardo, acha que seria horrível. Para ela, por mais que a gente não goste, os pais têm sempre razão e é preciso seguir seus conselhos. "Às vezes, quando minha mãe manda eu estudar pra prova, digo que sei a matéria e não preciso. Mas já tirei nota baixa por isso", diz.