A Polícia Civil de Campinas, interior de São Paulo, começa a ouvir na quarta-feira os depoimentos de parentes e amigos da família que foi vítima de intoxicação no dia 29 de janeiro. A única sobrevivente é a jovem M.M.C., 15 anos. Seus pais, o médico homeopata Hudson da Silva Carvalho e Thelma Almeida Migueis, e sua irmã, Laira Migueis Carvalho, 17 anos, morreram.

M.M.C. prestou depoimento à Polícia Civil de Campinas na sexta-feira. Ela confirmou que preparou o bolo que a família comeu no sábado, único alimento compartilhado por todos no dia, mas destacou que os quatro tomaram doses de um remédio preparado por seu pai.

Exames divulgados na quinta-feira revelaram que as jovens foram envenenadas por arsênico. Elas e os pais foram internadas com intoxicação na madrugada de domingo, no Hospital Madre Teodora.

O casal morreu no domingo, enquanto Laira morreu na segunda-feira. M.M.C. sobreviveu e deixou o hospital na noite de quarta-feira. Ela deve voltar a prestar depoimento após peritos analisarem os restos do bolo consumido pela família.

A polícia não descartou a hipótese de envenenamento intencional. Os investigadores querem descobrir como era o relacionamento da família — em outubro de 2004, Hudson da Silva Carvalho registrou um boletim de ocorrência informando o desaparecimento de M.M.C., que sofria de bulimia.