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Para Damo, escândalo em Mauá é eleitoreiro
Mark Ribeiro
do Diário do Grande ABC
21/10/2011 | 07:16
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Orlando Filho/DGABC


O ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (ex-PV, atual PMDB) afirma que os escândalos na dívida ativa e as desapropriações irregulares feitas em seu governo (2005 a 2008) só foram revelados pela proximidade com a eleição de 2012, o que serviria para atingir a pré-candidatura a prefeita da sua filha, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB). As ações ilegais, constatadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, provocaram rombo de R$ 1,9 milhão.

"Se não me chamasse Leonel Damo, não teria nada disso. Estão batendo em mim de olho na Vanessa. Se ela não fosse candidata, nem lembrariam que existo", disse, em crítica ao PT, que governa Mauá com Oswaldo Dias. Foi a atual gestão quem encaminhou os casos ao MP e à polícia.

O peemedebista reconsiderou a declaração publicada pelo Diário no dia 9, em que afirmou não ter conhecimento sobre as irregularidades. No domingo, o Diário mostrou que, em 2006, o ex-prefeito nomeou sindicância para apurar fraudes na dívida ativa cometidas entre 2003 e 2004, na segunda administração de Oswaldo - a comissão foi encerrada sem apresentar conclusões e Damo, apesar de denúncia, não levou o caso adiante.

"Poderia levar para o MP, mas o povo votou em mim para fazer dali para frente. Não queria perder tempo com isso. Hoje, acho que deveria ter levado. Quero punição aos culpados", reforçou, ao destacar não conhecer os fraudadores.

Damo ressaltou que o sumiço de débitos inscritos na dívida ativa começou em 2004, com a troca do sistema Adgover pelo Audesp. A constatação já havia sido feita pelo então chefe do setor, Alcibíades Baesa Júnior. "Apagaram todos os HDs, destruíram tudo. Quando cheguei na Prefeitura (em dezembro de 2005) ninguém tinha informação de nada. Se deletaram é porque tinha alguma coisa errada na administração deles (PT)."

Arrependimento - Damo rejeitou pedir desculpas à população mauaense pelas fraudes em seu governo e condicionou sua candidatura a vereador ao desejo de Vanessa. "Hoje não quero. Mas se ela insistir, serei candidato."

O ex-prefeito mostrou arrependimento apenas por ter governado junto a vasto leque de ‘aliados'. O loteamento no primeiro escalão, segundo ele, foi forçado, tendo em vista que assumiu mandato iniciado por Diniz Lopes (PR), então presidente da Câmara.

"O Diniz entrou e ocupou todas as vagas da Prefeitura. Em 2006 não consegui fazer nada porque ele voltou à presidência da Câmara rompido comigo. A única forma de ter governabilidade foi trazer o Chiquinho (do Zaíra, PTdoB, que foi secretário de Governo e o homem-forte da administração), que tinha entrosamento muito bom com ele."

A vasta composição da época é comparada à gestão atual. "Se não tivesse de fazer muitas amarrações, seria candidato (a prefeito). Quando muitas pessoas tomam conta, é lamentável. Por isso o governo do Oswaldo é uma porcaria."

 

Peemedebista contra-ataca e chama Diniz Lopes de falso

Leonel Damo criticou o superintendente do Saneamento Básico de Mauá, Diniz Lopes (PR), que é acusado por José Vieira da Rocha, dono da Rochamar Construções, de forjar doações de campanha. O republicano declarou à Justiça Eleitoral que recebeu R$ 110 mil da empresa em sua tentativa de eleger-se deputado estadual em 2010. Vieira nega a doação e se diz vítima de fraude do integrante do primeiro escalão. O Diário detalhou o caso ontem.

"Ele foi falso comigo. Da mesma maneira que não atendeu quem fez campanha com ele, quem o ajudou a ser presidente da Câmara... Quem faz isso com aliado, tem competência para fazer muito mais do que ele fez aí", atacou. Damo alega que, após articular para que Diniz fosse eleito presidente do Legislativo (o que o alçou ao comando do Paço interinamente, já que a eleição de 2004 ficou sub judice), não foi mais recebido na Prefeitura pelo republicano.

A fala é resposta à declaração de Diniz publicada terça-feira no Diário. Na ocasião, o superintendente do Sama afirmou que Damo deveria ser preso por prevaricação, já que sabia das fraudes em seu governo e não denunciou. "Vou processá-lo", avisou o peemedebista.




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