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Sunitas se posicionam contra o federalismo no Iraque
Da AFP
22/07/2005 | 16:01
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Os políticos e religiosos sunitas lideraram nesta sexta-feira uma ofensiva contra o sistema federal, proposta pelo projeto da nova Constituição. Eles defendem a manutenção do Estado centralizado, que está em vigor no Iraque desde a criação do país há 80 anos.

"Alguns querem enterrar a identidade deste país com uma Constituição escrita às pressas. Não podemos aceitar um texto destinado a dividir nossa nação", afirmou nesta sexta-feira o xeque, Mahmud al Sumaidai.

Este dirigente do Comitê dos Ulemás Muçulmanos, uma organização religiosa oposta à presença estrangeira, considerou que as pessoas favoráveis ao federalismo não são patriotas e pediu "uma luta para que o Iraque continue unido".
 
"Não devemos aceitar que um pequeno grupo, que se aproveita do federalismo, imponha suas idéias à maioria", acrescentou referindo-se aos curdos.

Sua opinião é compartilhada por quase todos os políticos árabes sunitas, que receiam ter de viver em uma organização inexistente nos países árabes, com exceção do Sudão, destruído por uma guerra civil de mais de vinte anos.

Dos 71 membros encarregados de redigir a nova Constituição, 17 eram sunitas, mas dois morreram na terça-feira num duplo assassinato, que levou a comunidade a suspender sua participação na Assembléia Constituinte.

Numa carta enviada quinta-feira ao presidente da comissão constituinte, xeque Humam Hamudi, os representantes de 50 formações sunitas pediram "a revisão dos artigos do projeto constitucional que instituem o federalismo no país".

O chefe do escritório de bens religiosos sunita, Adnan al-Dulaimi, afirmou que o sistema federal concebido para o Iraque se distingue dos do resto do mundo pois "se trata de criar um federalismo xiita, sunita e curdo, o que conduzirá à divisão do país e, conseqüentemente, ao seu desmantelamento".




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