Economia Titulo
Taxa de desemprego em SP sobe para 17,7% em janeiro
Do Diário do Grande ABC
17/02/2000 | 17:40
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Os 1,5 milhao de desempregados da Grande Sao Paulo já demoram mais de um ano, em média, procurando uma nova ocupaçao. O dado apareceu na pesquisa do convênio Seade-Dieese referente ao mês de janeiro, que mostrou um ligeiro aumento do índice de desemprego, de 17,5% da força de trabalho para 17,7%. O tempo médio de procura por trabalho saltou de 49 semanas para exatas 54 semanas - um ano e duas semanas, portanto um recorde na história da pesquisa. Em relaçao ao ano passado, esse tempo ampliou-se em 17 semanas. Economistas das duas instituiçoes suspeitam que o Brasil tenha produzido um personagem que é clássico em economias que sofrem longo período de baixo crescimento: o do desempregado crônico.

O desemprego de longa duraçao deve estar relacionado em parte com a baixa qualificaçao dos candidatos a uma nova vaga, segundo o novo diretor executivo da Fundaçao Seade, Flávio Fava de Moraes. O gerente de análises sócio-econômicas do orgao, Sinésio Pires Ferreira, acrescenta que além da baixa qualificaçao, o contingente de desempregados que está puxando essa média para cima pode ter outros tipos de dificuldades, como idade além da desejada pelo mercado (acima de 40 anos) ou especializaçao em funçoes que estao em extinçao - a indústria, por exemplo, vem eliminando profissionais como inspetores de qualidade, torneiros mecânicos e outros, inadequados para as novas formas de produçao.

O fato é que nunca houve um salto tao grande do tempo médio de procura por uma ocupaçao, lembra o diretor técnico do Dieese, Sérgio Mendonça. "Como o desemprego em nível tao alto é um fenômeno mais recente no Brasil, ainda nao focamos as características desse desempregado crônico, mas logo teremos um perfil mais definido", observa.

Por enquanto, a pesquisa indica que entre os que se encontravam em situaçao de desemprego aberto (pessoas que procuraram trabalho nos 30 dias anteriores à entrevista e nao exerceram nenhum trabalho nos últimos sete dias), o tempo médio de procura por uma nova ocupaçao cresceu de 42 semanas em dezembro para 49. Entre os que se encontravam em situaçao de desemprego oculto (por trabalho precário ou por desalento) o tempo aumentou de 59 semanas em dezembro para 62 em dezembro.




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