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Ex-presidente da WorldCom é condenado a 25 anos de prisão
Da AFP
13/07/2005 | 15:36
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O ex-presidente da operadora americana de telecomunicações WorldCom Bernard Ebbers, declarado culpado em março passado por fraude e complô na maior quebra da história dos Estados Unidos, foi condenado nesta quarta-feira a 25 anos de prisão.

 Ebbers, 63 anos, aparentou indiferença ao saber da sentença. Ao lado da esposa, saiu do Palácio de Justiça sem fazer comentários à imprensa.

"Qualquer pena inferior não corresponderia à gravidade do crime que ele cometeu", justificou a juíza Barbara Jones, que decretou a sentença. Apesar disso, Jones deu a entender que quis evitar uma pena que o fizesse passar o resto de sua vida na prisão, levando em conta a idade e os problemas cardíacos de Ebbers.

Com estes mesmos argumentos, a defesa do ex-presidente havia implorado clemência no início de junho. "Ebbers tem sérios problemas cardíacos que devem ser considerados", repetiu nesta quarta-feira seu principal advogado, Reid Weingarten, anunciando sua intenção de apelar da sentença imediatamente.

Weingarten destacou que seu cliente, "um anjo" segundo ele, doou mais de US$ 100 milhões a instituições de caridade e recebeu 169 cartas de apoio de seus amigos e dos beneficiários destas doações.

No final de junho, a promotoria havia recomendado pena máxima contra o acusado - 85 anos de prisão. Depois de seis semanas de julgamento, Ebbers foi declarado culpado em nove casos: fraude, conspiração e sete por falso testemunho.

As acusações por falso testemunho se referem a relatórios enganosos apresentados por ele a autoridades da comissão de valores mobiliários da Bolsa dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), durante sete trimestres.

Ebbers, que fez sua fortuna com a alta do preço da ação da WorldCom no final dos anos 90, queria que o título resistisse ao início da crise nas telecomunicações, quando explodiu a bolha do setor de tecnologia em 2000.

A WorldCom se declarou em concordata em julho de 2002, após várias fraudes contábeis estimadas em US$ 11 bilhões, no total.

Os acionistas perderam aproximadamente US$ 180 bilhões na quebra da WorldCom. Além disso, 20 mil pessoas ficaram sem emprego. Reestruturada e rebatizada MCI, a companhia saiu da concordata em abril de 2004.

A empresa, junto com a Enron, se transformou um símbolo de má conduta empresarial, levando o Congresso a aprovar uma rígida lei que responsabiliza os empresários pelas manipulações financeiras em suas companhias.




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