O governo do Peru revisará o sistema de Defesa Civil, diante das falhas ocorridas após o terremoto que afetou uma ampla região do país na semana passada. O tema foi posto na agenda do Conselho para que se faça uma revisão integral do sistema.

O Ministro da Defesa, Allan Wagner, afirmou que o organismo estatal de Defesa Civil, encarregado de atender a população em casos de desastres naturais, "não funciona, da maneira que está projetado, diante de uma catástrofe dessa magnitude e por isso pretendemos fazer uma revisão integral".

É a primeira vez que um alto funcionário admite que houve dificuldades na reação do governo diante do tremor. O desastre deixou 540 mortos, cerca de 1,1 mil feridos e aproximadamente 200 mil desabrigados nas cidades ao sul do país, como Pisco, Ica, Chincha e Cañete. Pisco, a mais afetada, perdeu cerca de 80% de suas edificações.

Os desabrigados reclamam da falta de alimento e água. Segundo a imprensa local, eles afirmam que a ajuda do governo é muito lenta.

"Aprendemos muitas lições com isso", disse Wagner ao indicar que é necessário que o governo conte com um sistema de comunicação entre os funcionários do Estado, para que sejam realizadas ações coordenadas em caso de emergência e evitar a falta de comunicação que aconteceu após o terremoto.

Segundo o general Edwin, o exército ampliou o seu raio de ação às províncias de Huancavelica, vizinho a Ica, onde há pessoas que até o momento não receberam nenhum tipo de ajuda. Existem cerca de 1,8 mil soldados nas áreas devastadas realizando tarefas como vigilância, limpeza e remoção dos escombros.

As autoridades sanitárias continuaram pelo segundo dia com atividades objetivando o controle de pragas, já que existe o perigo de epidemias, principalmente em Pisco. Há também risco de que ocorra um aumento dos casos de infecções respiratórias devido ao pó que cobre toda a cidade, devido à remoção de toneladas de escombros.