O general argentino da reserva Eduardo Cabanillas foi detido nesta segunda-feira, acusado de cinco homicídios ocorridos na última ditadura (1976/83) no centro clandestino de detenção Automotores Orletti, entre eles o do filho do poeta Juan Gelman, informou uma fonte judicial.
O militar é acusado de vários crimes ocorridos nesse centro de detenção da capital argentina, pelo qual passaram dezenas de militantes argentinos e uruguaios, contrários ao regime.
Os corpos das cinco supostas vítimas de Cabanillas foram encontrados dentro de barris selados, cheios de cal e cimento, que tinham sido lançados no rio Luján, que desemboca no Rio de La Plata.
Marcelo Gelman - filho do escritor argentino Juan Gelman, atualmente radicado no México - foi seqüestrado e assassinado nesse período, assim como a mulher do jovem, María Claudia Irureta Goyena, que foi levada grávida para Montevidéu.
Cabanillas enfrentará ainda acusações por privação ilegal da liberdade e aplicação de torturas a 29 pessoas que permaneceram em Orletti, de acordo com a fonte que pediu para não ser identificada.
A detenção faz parte do "megaprocesso" sobre as gravíssimas violações dos direitos humanos cometidas no âmbito do I Corpo de Exército, reaberto após a derrogação e declaração de nulidade das leis de Obediência Devida e Ponto Final, em 2003.
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