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'Touro de fogo' e guilhotina dos Papas expostos no museu do crime
Da AFP
20/01/2006 | 17:37
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O 'touro de fogo', o cinto de castidade e a guilhotina dos Papas são algumas peças do tesouro original do Museu do Crime de Roma. Objetos que usados para tortura na Idade Média, como armas, chicotes, açoites, correntes, machados, laços, colares, punhais, facas, pistolas, luvas e armas automáticas ilustram a iconografia do mundo criminal. "Abrimos o museu em 1994, depois de uma longa remodelação. Antes, era destinado apenas a profissionais e agora, está a disposição de todos", explicou Assunta Borzacchiello, encarregada científica do museu.

Situado em uma antiga prisão no coração de Roma, o museu é dividido em três seções por ordem cronológica e ilustra a evolução do crime, o uso dos instrumentos de tortura, a história da instituição carcerária e alguns episódios da recente crônica negra que comoveu a opinião pública italiana.

No primeiro andar, encontramos ferramentas de suplício usadas no século VI, como por exemplo o "touro de fogo", fabricado especialmente para o tirano siciliano Falaride. Através de um touro de metal oco, aquecido no interior com fogo em brasa, o instrumento provocava dores atrozes nas pessoas, que eram obrigadas a sentar nuas sobre o animal.

No mesmo andar estão expostos outros instrumentos que provocam arrepios, entre eles uma cadeira com pontas de metal, que eram aquecidas até queimar as nádegas dos torturados e em geral era usada em casos de bruxaria. Outro item em exposição é o famoso cinto de castidade para as mulheres.

Uma das peças melhor conservadas se encontra no segundo andar: é "a guilhotina do Estado Pontifício", introduzida por Napoleão no início do século XIX e usada até 1870. "A guilhotina não foi inventada pelos franceses, como se acredita. Vários séculos antes era usado um tipo de guilhotina mais primitivo na região de Nápoles, sul da Itália", comentou Borzacchiello.

A terceira e última seção do museu é reservada à época moderna e a suas muitas curiosidades. Dezenas de pistolas, fotos cruas de impressionantes delitos e relatos de homicídios insólitos da história italiana do último século seduzem o visitante.

Notável é "o baú do espião", equipado com cadeira, almofadas, mantas e cinto de segurança, que chegou de avião ao aeroporto de Roma em 17 de novembro de 1964, com um misterioso conteúdo: um espião israelense vivo que havia sido comprado pelos árabes e despachado como pacote postal. O caso é considerado um dos mais insólitos de meados do século XX.




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