Indignado porque o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, comunicou a existência de focos de aftosa no Rio Grande do Sul primeiro a organismos internacionais de controle da doença e à imprensa, antes de fazê-lo ao governo gaúcho, o governador Olívio Dutra enviou carta de protesto ao presidente Fernando Henrique Cardoso. "A postura adotada pelo ministério rompe com o padrao de civilidade que deve perpassar as relaçoes federadas, quebra as regras de respeito institucional e fere princípios elementares da convivência democrática", frisou Olívio.

O governador petista também reclamou sobre a gravidade do atraso na comunicaçao de uma ocorrência como esta pelas dificuldades que criam aos procedimentos rigorosos e urgentes a serem adotados. "Um tema de tal gravidade jamais poderia ser utilizado para disputa político-ideológica ou eleitoral por quem quer que seja".

Depois de relatar uma série de providências tomadas pelo seu governo no combate à aftosa, Olívio lembrou a tradiçao de 35 anos do estado no enfrentamento da moléstia em que sucessivos governos aplicaram, até agora, um total de US$ 1,6 bilhao. Também protestou contra "a insinuaçao que sugere descaso do nosso governo em relaçao ao controle da febre aftosa".

O governador gaúcho afirmou que sua administraçao "expressa um projeto político oposto ao do governo federal, o que nunca nos impediu de construir relaçoes respeitosas e civilizadas com a Uniao, no contexto de um verdadeiro pacto federativo, que temos defendido desde a nossa posse". Por isso, disse que os fatos deste episódio da aftosa "nao contribuem para a tao almejada e necessária qualificaçao das relaçoes federadas".