Depois de alguns anos amargando queda nas vendas, a Ford Caminhões está vivendo um novo momento de sucesso. E parece que dessa vez o efeito sanfona acabou. Com a decisão de criar uma estrutura própria, independente e separada dos automóveis, a empresa ganhou fôlego e passou a dar mais foco no negócio de transporte. Com essa mudança vieram novos modelos, novos planos de levantar e ampliar a rede e junto, os resultados. No fechamento do ano passado a Ford Caminhões festejou um crescimento de participação no mercado (encerou com 22,7%), enquanto o próprio mercado registrou queda de 5,3% no volume total de vendas.

A mais recente arma da Ford Caminhões para beliscar mais alguns pontinhos no competitivo e profissional setor de caminhões é o Cargo 4331 Maxton. Com esse modelo ela passa a oferecer três modelos na configuração cavalo-mecânico (puxa carretas). Com motor Cummins de 303 cv, o Cargo 4331 está credenciado para transportar até 43 toneladas, três a mais que o modelo Cargo 4030.

Não precisa ser nenhum matemático para ver que faltam apenas duas toneladas para a Ford chegar no segmento dos extra-pesados, cuja capacidade inicia nas 45 toneladas. "Esse é um segmento muito específico e nós não temos intenção no momento de entrar nesse mercado", afirma Flávio Padovan, principal executivo da nova Ford Caminhões. Por coincidência, esse foi o mesmo discurso no lançamento dos modelos dos outros dois modelos da montadora na configuração de cavalo-mecânico.

Essa atitude de posicionar seus produtos em nichos específicos de transporte, segundo seu Diretor de Operações, visa oferecer uma opção mais inteligente aos frotistas que se dedicam ao transporte de cargas nessa faixa de tonelada. "O que acontece é que muitas empresas estão usando caminhões superdimensionados e caros para fazer o mesmo trabalho que nosso Cargo Maxton está credenciado a fazer", explica. O custo inicial do modelo está em R$ 120.000,00, preço bem mais em conta se comparado com os caminhões extra-pesados com potência entre 380 e 420 cv oferecidos por outros marcas.

Essa estratégia de atuar em mercados pouco explorados tem rendido bons dividendos para a Ford Caminhões. "Estamos ganhando espaço nessa faixa de mercado desde o lançamento do Cargo 4030, para 40 toneladas, em 1995", lembra Flávio.

Para receber a graduação de 43 toneladas, o Cargo 4330 recebeu alguns componentes novos e até alguns dispositivos, como o conversor para 24 V (o caminhão possui sistema elétrico de 12 V), passou a ser de série. Outro novidade técnica é a nova relação de eixo traseiro, de 5,38:1, e a nova transmissão Eaton RTLO-12913 A, de 13 marchas. A menor distância entre o início da cabine e a carreta (2.09 m), que permite a instalação de carretas maiores aumentando a capacidade volumétrica. Como modelo top da linha Ford, o Maxton passa a oferecer de série o ar condicionado e os banco com suspensão a ar, gerando um nível de conforto mais elevado para o motorista.

Com a nova postura diante do negócio, a Ford Caminhões espera consolidar sua posição de destaque no mercado de caminhões e repetir, este ano, o excelente resultado alcançado em 2002, quando apresentou o melhor desempenho do mercado de veículos comerciais, com crescimento de 12,1% nas vendas. Outra prioridade é o fortalecimento e a expansão da rede de distribuidores exclusiva de caminhões, que hoje conta com mais de 130 pontos de venda e assistência técnica, objetivando oferecer o melhor atendimento na venda e no pós-venda e também o menor custo operacional aos frotistas.