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Dutra Pinto foi torturado, diz ONG
Do Diário OnLine
05/04/2002 | 14:19
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A Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos concluiu que o seqüestrador Fernando Dutra Pinto - que manteve o apresentador Silvio Santos como refém - foi torturado e não recebeu tratamento médico adequado. O laudo foi divulgado nesta sexta-feira. A organização não-governamental foi escolhida pela Secretaria de Segurança Pública do Estado para acompanhar o trabalho da perícia sobre a misteriosa causa morte de Fernando.

Dutra Pinto passou mal enquanto estava no Centro de Detenção Provisória do Belém e morreu no Hospital do Tatuapé, no dia 2 de janeiro. Para investigar a causa da morte repentina, o corpo do seqüestrador ficou vinte dias à disposição de peritos do Instituto Médico Legal de São Paulo e da ONG.

De acordo com o relatório da ONG, divulgado na manhã desta sexta-feira e assinado pelo médico patologista, Paulo Saldiva, Fernando sofreu agressões cerca de 10 dias antes de sua morte. Ele morreu em conseqüência de uma infecção generalizada provocada pelo não tratamento de seus ferimentos. Uma lesão nas costas foi a porta de entrada da bactéria que chegou aos pulmões do seqüestrador pelas vias circulatórias, segundo explicou o patologista.

Saldiva afirma que os dois pulmões de Fernando Dutra Pinto possuíam vários abscessos e estavam totalmente tomados por pus. O médico ressaltou que todos os exames toxicológicos feitos em Dutra Pinto deram negativo, o que descarta a hipótese de envenenamento.

A Comissão Teotônio Vilela pede para a Secretaria de Administração Penitenciária que adote medidas para garantir a segurança de Esdras Dutra Pinto e de Marcelo Batista dos Santos, o Pirata. O irmão e o companheiro de cela de Fernando Dutra Pinto forneceram os nomes dos agentes penitenciários que teriam agredido o seqüestrador. A comissão teme que os dois rapazes sofram represálias.

Na opinião do coordenador executivo da Comissão Teotônio Villela, Fernando Salla, observou que a morte do seqüestrador é mais chocante pelo fato de o preso ter recebido de Alckmin a garantia de sua integridade física. A promessa foi feita quando o governador foi até a mansão de Sílvio Santos para pedir que Fernando libertasse o apresentador.

O relatório será encaminhado ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Secretaria de Segurança Pública, à Ouvidoria da Polícia e ao Ministério Público.

Dutra Pinto foi o mentor do seqüestro de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos. Ele ainda é acusado pela morte de dois policiais civis em um tiroteio em um flat em Barueri, além de manter o apresentador refém em sua casa.




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