O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou nesta quinta-feira que é "fundamental" para o processo de estabilização do Haiti completar o contingente de homens que participam das forças de paz no país. O Brasil mantém, desde o início do ano, 1,2 mil militares nas tropas que integram a missão da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo Amorim, até dezembro, 6,2 mil homens deverão compor as tropas.

Durante audiência pública realizada nesta quinta-feira, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Amorim disse que a comunidade internacional já se comprometeu a liberar recursos da ordem de US$ 1,2 bilhão para ajudar na reconstrução daquele país. Em julho, foi realizada em Washington uma Conferência Internacional de Doadores para o Haiti, onde diversos países e entidades internacionais prometeram destinar verbas. Segundo Amorim, o governo brasileiro tem mantido conversações com o Banco Mundial para acelerar a liberação de US$ 65 milhões para o Haiti.

O chanceler ressaltou, no entanto, que o governo provisório haitiano deverá aceitar o compartilhamento da administração desses recursos para garantir a confiança dos países que estão contribuindo. "É preciso que o governo provisório aceite um nível de co-gestão dos recursos. A co-gestão é importante para confiança", declarou.

Amorim informou ainda que as tropas brasileiras estão distribuindo material escolar aos haitianos, como forma de divulgar a cultura do Brasil. "É útil que as tropas apareçam com ações positivas", frisou.