A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta terça-feira metralhadoras e fuzis de altíssimo poder de fogo, algumas exclusivas para uso militar. O arsenal pertencia ao suposto colecionador José Roberto Tavares, 49 anos, acusado de vender as armas para criminosos. A polícia flagrou conversas telefônicas em que ele negocia a venda de ".30" e "metranca" (metralhadoras). Como algumas armas não tinham registro, Tavares foi preso por porte ilegal. Ele ainda foi indiciado por contrabando.

Tavares guardava algumas raridades em casa, no bairro Aeroporto (zona Sul da capital), como metralhadoras Browning fabricadas na época da 2ª Guerra Mundial e um fuzil francês de 90 anos. Uma metralhadora 7mm tinha brasão do Exército brasileiro. Segundo a polícia, algumas das armas que compunham a suposta coleção têm capacidade de derrubar aviões e helicópteros, além de varar a blindagem de carros.

O comerciante alega que adquiriu as armas em leilões promovidos pelo Exército. Afirma ainda que só negociava com outros colecionadores. Mas a polícia tem outras versões. O diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt, afirmou que algumas da armas provavelmente foram adquiridas no Uruguai, ilegalmente. Mas a polícia vai investigar as origens do arsenal.

Sobre as negociações com as armas, as conversas telefônicas grampeadas mostram interlocutores usando códigos para fazer encomendas. Em alguns diálogos, as armas recebiam nomes de carros – como Alfa Romeo (fuzil AR-15) e Lada (fuzil HK 47).

As armas apreendidas ficarão sob custódia do Exército.