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"A prisão dele foi boa porque agora a situação está formalmente esclarecida", afirmou o delegado Carlos Oliveira, da Drae (Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos), que comandou a equipe responsável pela prisão. Cento e oito homens de quatro delegacias especializadas participaram da operação na favela. Desde quinta-feira, quando começou a guerra pelo controle de pontos de venda de drogas da Rocinha, oito pessoas morreram.
Na 15ª Delegacia Policial, da Gávea, o criminoso disse os nomes de outras pessoas que participaram da invasão à Rocinha. Ele revelou que as armas vieram das favelas do Andaraí e da Grota, na Zona Norte, e que o pessoal veio das favelas do Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul, e do complexo do Alemão, Zona Norte.
Faria confirmou que 60 homens participaram da ação contra a quadrilha do traficante Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, que atualmente domina a Rocinha. A invasão, segundo a polícia, foi liderada pelo traficante Eduíno Eustáquio de Araújo, o Dudu, com o apoio do traficante Patrick, que mesmo preso em Bangu 1 comanda o Vidigal e permitiu o uso da favela como ponto de apoio para o ataque.
O delegado contou que, em depoimento, Faria negou ter estado na Rocinha. Ele alega que ficou no Vidigal, ao lado de outros traficantes, tomando conta do morro e dando cobertura aos comparsas. Mas a polícia não acredita nessa versão. "Uma linha de investigação indica que ele estaria num dos carros usados para entrar na Rocinha", disse Oliveira.
Os carros foram roubados em uma falsa blitz, na avenida Niemeyer, que margeia o Vidigal. Na ocasião, a mineira Telma Velloso Pinto, 38, foi assassinada com um tiro na nuca. O carro em que ela, o marido e três sobrinhos estavam não parou na barreira montada pelos bandidos.
Faria foi encontrado pelos policiais dormindo na casa da mãe, no Vidigal. Ele estava desarmado e não resistiu à prisão. O criminoso contou aos policiais que sua quadrilha se retirou da Rocinha porque estaria com pouca munição.
Outras prisões - Em outro ponto da comunidade, um menor, suspeito de integrar o tráfico, foi detido para averiguações. Na Rocinha, foram presos dois homens acusados de pertencerem à quadrilha de Lulu.
Antônio Carlos Moreira da Silva, 41, e Antônio Francisco Bonfim Lopes, 27, estavam escondidos em uma casa no Beco 4 quando foram surpreendidos por policiais do 23º Batalhão da PM, do Leblon. Eles não reagiram.
No local, foram apreendidos uma pistola 9 mm, e dois revólveres, calibres 38 e 22. Havia também cinco carregadores para pistola, quatro celulares, um colete à prova de balas, uma camiseta do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar), documentos, um cartão de banco e um talão de cheques em nome de Lopes.
Reforço - No sábado, a Secretaria de Segurança Pública do Rio informou que 900 PMs, divididos em três turnos, permanecerão na Rocinha, no Vidigal, na avenida Niemeyer e na estrada Lagoa-Barra por tempo indeterminado.
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