Além de ser a maior ilha do mar Mediterrâneo, com 25.708 km², a Sicília possui o maior vulcão da Europa, o Etna, e um conjunto arqueológico para Indiana Jones nenhum botar defeito. Isso sem falar nas suas praias de mar azul-turquesa e no sol, que faz questão de marcar presença em praticamente todos os dias do ano. Não é à toa que mais de 15 dominadores diferentes disputaram a região desde a pré-história até a época contemporânea.
Primeiro foram os fenícios. Depois, vieram gregos, romanos, bizantinos, vândalos, árabes e por aí afora. Só no século XVIII, seu território passou pelas mãos de pelo menos três importantes conquistadores: os Savóia do Piemonte (1713), os austríacos (1720) e os Bourbon espanhóis (1734). Até que, num belo dia, o lendário Giuseppe Garibaldi – aquele mesmo que participou da Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul – resolveu acabar com esse infindável troca-troca na Sicília e anexou a ilha ao reino da Itália em 1860, com sua Spedizione dei Mille.
O motivo para tantos povos se apossarem do território estava não só nos seus atrativos naturais como na estratégica posição geográfica da ilha. Separada da Itália por um canal de apenas 3 km – o estreito de Messina – e a 140 km da África, a Sicília representava um grande alvo de cobiça entre os comerciantes europeus e africanos.
E com tanta gente disputando a região, a conseqüência não poderia ser mesmo outra senão uma verdadeira salada de influências que resultou num conjunto arquitetônico para lá de diversificado, com teatros gregos, pontes romanas, mesquitas sarracenas, castelos normandos e catedrais bizantinas. Relíquias históricas que a tornaram conhecida como Museu Arqueológico da Europa.
Impossível não deixar o pensamento viajar no tempo diante de monumentos como o teatro grego de Siracusa ou as ruínas romanas da Catânia, entre tantas outras preciosidades da Antigüidade. O mais curioso é que o acesso a esse passado distante é feito por estradas e viadutos ultramodernos, rumo a qualquer uma das três extremidades da ilha: Messina, Trapani ou Siracusa. Juntas, essas localidades formam a figura de três pernas que simboliza a Sicília e que levou os gregos a batizarem-na de Trinacria (que significa triângulo) durante o período em que predominaram na ilha.
Mas, se depois de conferir de perto toda essa riqueza arqueológica, banhada pelas inconfudíveis águas do Mediterrâneo e vigiada pelo Etna, você ainda tiver vontade de ver algum mafioso, uma dica: compre uma passagem para Hollywood ou alugue uma fita de O Poderoso Chefão III na locadora mais próxima, porque na Sicília quem dita as regras hoje em dia é apenas a natureza.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.