Mês a mês o Volkswagen Fox ganha novos admiradores e sobe no ranking nacional de vendas. Em maio deu um salto da décima para a sétima posição. É claro que a sedução da sua carroceria é sempre a primeira "isca" para fisgar os novos consumidores ou fazer aqueles que já eram fãs do Gol mudar de foco. Passada a fase da emoção, o que vem depois é a constatação de que as novas idéias oferecidas pelo produto são ou não funcionais no uso diário.

Para saber "como é o Fox amanhã", a reportagem do Jornal Veículos submeteu o modelo, na versão quatro portas e com motor de 1.6 litro e 103 cv de potência, a várias situações de uso com o objetivo de conhecê-lo nos detalhes. Foram 1.800 quilômetros percorridos em trânsito urbano e em viagens de média distância, como a que fizemos até a cidade de São José do Rio Preto, pela Rodovia Washington Luiz. A conclusão mostrou que na mesma proporção que algumas inovações se apresentaram pouco eficientes, outras vão ganhando cada vez mais a simpatia de quem esta atrás do volante.

Quando o assunto é desempenho, nada a reclamar. Todos aprovaram o rendimento e o comportamento dinâmico do Fox. Os mais abusados até identificaram seu comportamento ágil e a boa estabilidade, com reações neutras. Já o consumo de combustível, usando álcool, não deixou ninguém satisfeito. Em rodovia, com velocidade entre 100 a 130 km/h e levando o peso de duas pessoas, o Fox fez média de 8,45 km/l. Nas mesmas condições, mas usando gasolina, o consumo caiu para 15,1 km/l. Isso significou, de cara, menos paradas em uma viagem de 800 quilômetros. Na cidade, as médias foram de 8,9 usando álcool e 13,5 usando gasolina.

A quantidade de porta-objetos é uma das inovações que mais chamam a atenção e também um forte argumento de vendas usado pelos concessionários. Mas será que são realmente úteis no dia-a-dia? O porta-luvas sob o banco do motorista (que pode ser rebatizado de porta-manual técnico) foi com certeza uma boa idéia. O grande porta-garrafa na lateral da porta dividiu opiniões, mas, no geral, passou no teste.

Já o que fica sob a coluna de direção é uma ótima idéia, mas que precisa ser melhorada. O material plástico usado na sua confecção é duro e inadequado. Como não adere muito bem, os objetos deslizam de um lado para o outro. Resultado: em pouco tempo você desiste de colocar coisas ali pois, além do barulho (se forem chaves, por exemplo) caem sempre que se faz uma curva mais acentuada. O plástico usado na produção do painel é muito duro e seco, e risca com facilidade.

Nem pense em comprar o Fox quatro portas sem ar condicionado. No modelo de duas já tínhamos notado, mas no de quatro o efeito de aeração (barulho causado pela turbulência do ar dentro da cabine) é muito forte e começa com velocidade entre 60 a 80 km/h. Isso significa que em dias mais quentes não se poderá contar com a ventilação natural para refrescar o interior. Na estrada, a 100 km/h, é impossível baixar os vidros.

O espaço é realmente um dos pontos fortes do Fox e todos, viajando na frente ou atrás, aprovaram. Com quatro pessoas e o carro em posição de torção (saindo da garagem em diagonal), todas as portas abriram sem problemas, o que demonstra perfeita rigidez da carroceria. Já o travamento automático das portas é um grande estorvo no uso diário. É acionada com velocidade muito baixa e só é liberada quando se desliga a chave. Chegar ou sair de casa exige muito liga e desliga para deixar o carro e abrir o portão, por exemplo.