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Em Mauá, oposição diz que voo de helicóptero é imoral
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
10/12/2009 | 08:08
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A licitação aberta pelo prefeito de Mauá Oswaldo Dias (PT) para contratação de serviço de táxi-aéreo para uso próprio e de seus secretários é imoral, dizem parlamentares da oposição. Sem conseguir embargar concorrência por ilegabilidade, eles questionam a moralidade da contratação e afirmam que estudam possibilidade de buscar na Justiça a necessidade do acordo.

Com apenas quatro vereadores contrários ao governo petista, a bancada de oposição questiona pouca divulgação da concorrência e especificação sobre a contratação no edital publicado no Diário Oficial do Estado. "É sacanagem, porque algumas coisas ele (Oswaldo) publica no Diário Oficial da cidade, outras ele publica no Estado e ficamos sem acesso", afirma Manoel Lopes (DEM), que alerta que deve entrar com requerimento pedindo informações na próxima sessão.

Já Silvar Silva Silveira (PV) não vê futuro na medida. O verde alega que deve reunir-se com vereadores de oposição após análise do edital para propor ação contra contratação. "Fazer requerimento não adianta porque eles não respondem. Pedi o processo para o jurídico e vou questionar o uso do dinheiro público. Nem tudo que é legal é moral", diz Silveira.

Único socialista na bancada contrária ao prefeito, o vereador Alberto Betão Pereira Justino (PSB) cobra posição dos outros colegas da Câmara. "Todos os vereadores têm de se indignar com essa situação e cobrar justificativas. Acho absurdo pensar em contratar este serviço, A cidade está endividada, sofre com falta de médicos, remédios, e está cheia de buracos."

O vereador Paulo Suares (PT) defende o prefeito até mesmo sem ter se informado sobre a contratação. Ele ficou sabendo detalhes pela reportagem do Diário. "Não fui atrás porque achei que é coisa errada. Conhecendo Oswaldo, posso dizer que ele jamais faria isso. Deve existir desencontro de informação. Em outras épocas foi feito serviço mas para decidir traçado de projetos, jamais para voos próprios."

Procurados, o líder de governo, Romulo Fernandes (PT), o presidente da Câmara, Rogério Santana (PT) e o parlamentar petista Marcelo Oliveira não foram encontrados até o fechamento desta edição para explicar à população suas opiniões sobre a iniciativa de Oswaldo.

FUGINDO DO TRÂNSITO - A Prefeitura deve desembolsar cerca de R$1.800 por hora de voo no serviço de aero-taxi.

Questionada por telefone, o setor de licitação confirmou que o prefeito usaria o serviço para locomoção própria e dos secretários, para fugir do trânsito e participar de eventos.




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