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Governador de Alagoas defende Renan e critica o usineiro João Lyra
Do Diário OnLine
13/11/2007 | 14:59
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O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), prestou depoimento nesta terça-feira ao Conselho de Ética do Senado e defendeu o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de uma ‘avalanche’ de processos no Congresso Nacional.

Vilela Filho foi ouvido pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM), relator no colegiado do terceiro processo pelo peemedebista, considerado o mais grave pelos partidos de oposição, em que Renan é acusado de ter utilizado ‘laranjas’ para adquirir veículos de comunicação no Estado de Alagoas.

De acordo com o governador, o usineiro João Lyra, autor das denúncias contra o parlamentar alagoano, é uma pessoa que não tem idoneidade para acusar ninguém. “Ele odeia o Renan”, assinalou.

O tucano ainda lembrou que não existe nenhuma prova contra o peemedebista neste caso. “O Lyra fala essas coisas sem provas. Porque ele não fez as denúncias durante a campanha eleitoral?”, questionou, lembrando que o usineiro foi seu adversário na disputa pelo governo de Alagoas no ano passado. Na ocasião, Renan apoiou Teotônio Vilela Filho, que foi o vencedor.

Após ouvir o governador, Peres também conversou com outra testemunha do processo, o empresário Nazário Pimentel. Ele confirmou que Renan Calheiros atuou como intermediário na compra de um grupo de comunicação ele Alagoas.

Agora, depois desses depoimentos, Jefferson Peres se prepara para apresentar seu parecer final sobre o assunto nesta quarta ao Conselho de Ética. Se o texto recomendar a cassação de Renan e for aprovado pelos membros do colegiado, será levado imediatamente à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), para em seguida ser encaminhado ao plenário, que pode absolver o senador pro Alagoas ou condena-lo e fazer com que ele perca seus direitos políticos pelos próximos oito anos.

Também na reunião desta quarta do Conselho, deve ser apresentado pelo senador João Pedro (PT-AM) o relatório final do segundo processo contra Renan Calheiros, em que ele é acusado de ter revertido uma dívida de cerca de R$ 100 milhões da Schincariol com órgãos do governo, para que em troca a cervejaria comprasse uma fábrica do seu irmão, o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB-AL), acima do preço de mercado.

Segundo o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), todos os processos finalizados nesta semana contra Renan e que sugerirem a cassação do mandato do parlamentar serão votados no próximo dia 22 de novembro pelo plenário do Senado.

Processos – Além destes casos, Renan é alvo de mais dois processos no Conselho de Ética do Senado, pois já se livrou do primeiro, em que era acusado de ter contas pessoais pagas pela Construtora Mendes Júnior – no caso a pensão de uma filha que teve em um relacionamento extraconjugal com a jornalista Mônica Veloso – e foi absolvido do caso pelo plenário da Casa.

No quarto processo, Renan é acusado de ter participado de um esquema de arrecadação de propina em ministérios comandados pelo PMDB. O relator da representação é Almeida Lima (PMDB-SE), membro da chamada 'tropa de choque' do parlamentar alagoano. O parecer deve sair apenas no fim de novembro.

O único processo que está no Conselho de Ética ainda sem relator é o quinto, em que Renan Calheiros é acusado de ter articulado um esquema para espionar os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO), com o objetivo de produzir um dossiê com acusações contra os oposicionistas.

Além disso, a Mesa Diretora do Senado adiou a análise da sexta representação contra Renan, que será transformada em processo se for enviada ao Conselho de Ética. Neste último caso, o senador por Alagoas é acusado de ter liberado recursos para que uma empresa ‘fantasma’ construísse moradias na cidade de Murici (AL), cujo prefeito é o seu filho, Renan Calheiros Filho (PMDB). 



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