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Laboratórios depositam forças em vacina anticancerígena
Das Agências
16/02/2001 | 14:56
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Esquecida durante algum tempo pelas promessas da terapia genética, as vacinas anticancerígenas voltam ao primeiro plano, e os grandes laboratórios parecem decididos a depositar nelas seus esforços. P>   O primeiro resultado animador dos esforços realizados na pesquisa em matéria de vacina, os cientistas preferem a denominação menos popular de 'imunoterapia', é um teste de proteção contra o melanoma (câncer de pele) feito em 25 pacientes.

  Seu resultado foi uma regressão das metástases em cinco pacientes e a remissão total em dois deles há mais de três anos, informou o laboratório Aventis Pasteur, promotor destes trabalhos, feitos no Instituto Ludwig de Bruxelas e no Instituto Curie de Paris.

  O médico Philippe Moingeon, encarregado da pesquisa e do desenvolvimento neste laboratório, não descarta que 'nos próximos dez anos' se consiga proteger contra certas formas de câncer, mas também contra a AIDS e o dengue.

  A idéia de elaborar vacinas contra as diferentes formas de câncer não é nova, mas nem sempre foi tratada com a necessária seriedade.

  Essa via de pesquisa voltou a se impor devido às pesquisas sobre AIDS, que enriqueceram os conhecimentos sobre as células e o sistema imunitário.

  Os cientistas tentam identificar proteínas próprias a cada tipo de tumor a fim de integrá-las em uma vacina, que seria depois introduzida no organismo dos enfermos. O objetivo é tratar as células tumorais já existentes e as que estão em processo de formação.

  'Teoricamente, a vacina não teria toxicidade e seria capaz de desencadear uma reação de defesa em todo o organismo, isto é, destruir os nódulos e as metástases, em qualquer lugar do corpo onde aparecerem', explicou Moingeon.

  Para evitar as recaídas, a vacina teria que ser dotada de uma memória imunitária, a fim de reconhecer e destruir um tumor similar ao qual já tratou e destruiu.

  Os cientistas estão trabalhando atualmente em duas direções: vacinas para prever as recaídas que podem aparecer depois de um tratamento convencional, e vacinas que tenham a propriedade de parar a progressão do câncer já existente, preservando ao mesmo tempo a qualidade de vida dos pacientes.

  Segundo Moingeon, os cientistas não descartam que 'por volta de 2015' se possa vacinar preventivamente pessoas que apresentarem predisposições genéticas ao câncer.

  Estas esperanças se fundam no momento em alguns antígenos que foram identificados nos últimos dez anos pelos biólogos e que podem servir de alvos para as futuras vacinas: o antígeno CEA, presente em excesso nos tumores colo-retais; a proteína P 53, de presença anormal na metade dos tumores cancerosos; e, as últimas a terem sido identificadas, as proteínas Mage, próprias dos melanomas.

  'Combinando estas proteínas, pode ser possível vacinar contra várias formas de câncer: de mama, de próstata, de pulmão, de pâncreas, de cólon, de reto', explica Moingeon.

  O médico mantém porém uma atitude de prudência: 'Muitas coisas funcionam no rato e não no homem', assinala.




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