Economia Titulo
Grande ABC é 3º polo
consumidor de remédio
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
16/10/2011 | 07:30
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Os moradores do Grande ABC têm gasto médio com medicamentos e cosméticos acima do nacional. É o que aponta pesquisa da empresa IPC Marketing. Do potencial de consumo da região, estimado em R$ 44 bilhões, fatia de R$ 4 bilhões (10%) será com saúde e higiene. A região fica atrás somente das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e à frente de Belo Horizonte.

De acordo com o estudo, de cada R$ 100 investidos na compra de produtos ou serviços ligados à saúde pelos brasileiros, R$ 2,13 são de responsabilidade das sete cidades. Ou seja, a região responde por 2% do consumo nessa área no Brasil, calculado em R$ 187 bilhões. "A melhora nas condições financeiras da população de baixa renda explica o valor expressivo", afirma diretor do IPC, Marcos Pazzini.

A preocupação com a pele e o cabelo é o motivo dos gastos da vendedora Joelma Braguin, 41 anos, de Ribeirão Pires. A vaidade custa ao menos R$ 140 a cada dois meses. "Mesmo com menos dinheiro no bolso, as despesas com meus cremes e maquiagens só aumentam. Os produtos antienvelhecimento ficam mais caros conforme a idade", brinca.

No ranking nacional dos 50 municípios com os maiores potenciais de consumo, São Bernardo aparece em 13º lugar, com R$ 1,2 bilhão. Santo André figura na 16ª colocação, com R$ 1,1 bilhão. No Grande ABC, os dispêndios com medicamentos e planos de saúde somam R$ 1,1 bilhão e R$ 1,4 bilhão, respectivamente.

CLASSE SOCIAL - A classe B da região responderá pela maior fatia desse consumo neste ano. Fatia de R$ 1,9 bilhão será proveniente dos 325,2 mil domicílios que pertencem a esse estrato social. As residências que integram a classe A vêm em seguida, respondendo por R$ 973,8 milhões. A classe C gastará R$ 947,2 bilhões. As camadas de baixa renda, D e E, deverão investir em perfumes, produtos para cabelo, dentista e medicamentos R$ 113,6 bilhões e R$ 2,3 bilhões, respectivamente. "O itens de consumo das classes mais baixas está mudando com os consumidores incluindo produtos mais caros na cesta de compras", sinaliza Pazzini. 

TRATAMENTOS - Pagamento de consultas no dentista, médicos, tratamentos médico e ambulatorial, cirurgia, hospitalização, material de tratamento e seguro saúde custarão aos bolsos dos moradores R$ 1,7 bilhão neste ano.

 

Classes D e E querem produtos sofisticados

A clientela da loja de cosmésticos de Marta Souza, 38 anos, em Ribeirão Pires, está exigente. A procura por produtos de valor agregado maior fez com que o faturamento do estabelecimento crescesse 50% neste ano. O cenário vai ao encontro da projeção da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos de que esse mercado avançará 5% ao ano até 2015.

"Tanto as mulheres quanto os homens estão buscando produtos que facilitem suas vidas. Por esse motivo, todas as novidades do mercado têm que estar na loja", pondera Marta.

Essa indústria passará da receita de R$ 27,3 bilhões no ano passado para R$ 50 bilhões em quatro anos. Batom com protetor solar, sabonete com hidratante ou antisséptico são as novas demandas que mais crescem. Segundo a entidade, além do sabonete e creme dental, o antisséptico bucal está mais presente nos lares de baixa renda.

Pesquisa da Abihpec mostra que, em 2009, 85% dos domicílios das classes D e E passaram a usar colônia. Em 2004, essa fatia era de 66%. Nas classes A, B e C, a penetração da categoria é próxima de 90%.




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