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Aposentadoria: 5% mais para quem ganha mais que piso
Marcelo de Paula
Do Diário do Grande ABC
08/03/2008 | 07:26
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O aposentado que ganha acima de um salário mínimo terá reajuste de 5% no valor do benefício de acordo com anúncio feito pelo governo, sexta-feira. O percentual foi criticado por entidades que lutam para que as regras sejam as mesmas para todos.

A Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), por exemplo, reivindica percentual de 9,21%, ou seja, o mesmo concedido a quem recebe o salário mínimo.

Embora a decisão só tenha sido tomada sexta-feira, os benefícios poderão ser recebidos com o reajuste já a partir do próximo pagamento – entre o final deste mês e começo de abril – porque nesta segunda-feira deverá ser publicada no Diário Oficial da União a portaria concedendo o aumento com data retroativa a 1º de março.

Contrário - O presidente da Cobap, Benedito Marcílio, é contra o percentual de reajuste diferenciado. Hoje, quem ganha salário mínimo tem aumento calculado com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o PIB (Produto Interno Bruto), enquanto quem recebe valor maior conta com reajuste apenas com base no INPC. “O problema é que esse sistema vai achatando o salário de quem ganha mais, de forma que, com o passar dos anos, o valor do benefício dele vai se aproximando do piso salarial”, explica.

A Cobap enviou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta criticando o reajuste de 5% aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo e reivindicando a igualdade de tratamento nos reajustes de todos.

Na carta, a entidade afirma que “a simples cotização dos números já demonstra uma perda de 4% para este ano de 2008”.

A entidade também tem pressionado congressistas para aprovação dos PLs (Projetos de Lei) 42 e 58, que garantem não só um tratamento igual aos aposentados e pensionistas, como também a possibilidade de recuperação das perdas ocorridas nos últimos anos.

“Estamos organizando para o dia 2 de abril uma grande concentração de manifestantes em Brasília, dentro do Congresso Nacional, para reivindicarmos a aprovação dos projetos de nosso interesse”, adiantou Marcílio.



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