O suposto plano terrorista contra aviões comerciais da Grã-Bretanha pode levar a 'marca' da rede Al Qaeda de Osama Bin Laden, afirmaram nesta quinta-feira alguns especialistas. Nesta quinta-feira, em Londres, a Scotland Yard prendeu pelo menos 21 pessoas que planejavam explodir aviões em pleno vôo.

"O vínculo com a Al Qaeda parece evidente", afirmou Louis Caprioli, ex-subdiretor encarregado da luta contra o terrorismo internacional na DST, o serviço de contraespionagem francês.

"Houve a morte de Abu Mussab al-Zarqawi, o chefe da Al Qaeda no Iraque, em 7 de junho, num ataque americano contra o norte de Bagdá, e a de Ayman Al-Zawahiri, considerado o braço direito de Bin Laden, que disse que ia vingá-lo", explicou Caprioli.

"Trata-se de uma estratégia da Al Qaeda e de toda sua rede organizar regularmente operações de grande envergadura e sempre haverá esta vontade de atacar a aviação e os transportes públicos porque é muito espetacular".

Eric Denecé, diretor do Centro de Pesquisas sobre Inteligência e autor de várias obras sobre a Al Qaeda, acha que este tipo de complô tem "o selo de uma organização estruturada e só há uma grande organização, a Al Qaeda, capaz de montar este tipo de operação". O especialista relaciona este caso com a recente prisão no Canadá de quase 20 suspeitos de preparação de atentados.

"As recentes declarações dos chefes da Al Qaeda anunciavam que seriam lançados novos ataques", destaca Jean-François Daguzan, da Fundação para a Investigação Estratégica, e "os níveis de vigilância na Europa estavam elevados e foram mantidos assim por meses considerando-se que o risco era algo real".

A polícia britânica desbaratou nesta quinta-feira um complô que tinha como meta explodir vários aviões de passageiros durante vôos entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, levando as autoridades a decretar alerta máximo em todo o território.