“O dia deveria ter 48 horas.” Se pelo menos uma vez na vida você já disse esta frase, segue o alerta: poderá ter muitos problemas no futuro. Não que o tempo não seja precioso no cotidiano humano, mas o ritmo acelerado de vida deve resultar em preocupações que conta bancária nenhuma pode pagar. Estresse, gastrite, infarto, aneurisma são alguns exemplos.

Recente pesquisa feita pela Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil) – associação que objetiva a prevenção e o tratamento do estresse – feita com 1.000 profissionais (homens e mulheres), entre 25 e 65 anos, apontou que 30% deles sofrem da doença da pressa.

Desses, 8% tinham diminuído o ritmo, temendo problemas de saúde, e 13% estavam em busca de alternativa para reverter a situação.

Segundo a presidente do Isma, Ana Maria Rossi, foi notada nessas pessoas a vontade de desacelerar o ritmo de vida. “Mas muitos não conseguem porque essa idéia se confronta com a realidade que às vezes exige a correria”, explica.

Uma rotina acelerada, para Ana Maria, se traduz de uma forma muito simples: “Diminuição na qualidade de vida e mais impactos na saúde.”

Para auxiliar as pessoas a valorizar o tempo, existe o Slow Movement, que na tradução em português significa movimento lento (leia reportagem na página 10). O objetivo é incentivar a necessidade de abrir mão de certos hábitos para ter uma vida mais saudável.

PREJUDICADOS - José Luiz Aziz, professor de cardiologia da Faculdade de Medicina do ABC, diz que o coração é uma das principais vítimas deste estilo de vida.

“O estresse emocional é hoje considerado um dos fatores de risco para infarto agudo do miocárdio. Ele aumenta quase uma vez e meia a chance de uma pessoa ter problemas desse tipo”, diz.

Entre os mais habituais sintomas de estresse, o especialista aponta palpitação e dor no peito.

A sugestão de Aziz para que ninguém passe por desgastes na saúde é que as pessoas tenham planejamento e que comecem atividades que protejam, principalmente o coração. “Se não arranjar um tempo para você, pelo menos uma hora por dia, em algum momento, forçosamente, vai ser parado ”, alerta.

Saiba mais

Principais sintomas da doença da pressa:

Físicos:

93% dores musculare

82% cansaço

37% insônia

28% azia

12% hipertensão

Emocionais:

91% ansiedade

88% angústia

73% falta de concentração

46% raiva

32% falta de memória

Comportamentais:

56% medicamento

48% álcool

30% mais apetite

26% menos libido

8% mais acidentes de trânsito

Dicas

- Faça primeiro o que for mais fácil, principalmente as atividades de curta duração (5 a 20 minutos) que quanto antes atendidas, têm a liberação mais rápida.

- Concentre-se no urgente: deixar o urgente para depois pode implicar problemas para solucioná-lo. Ele se tornará imperativo e custará caro.

- Descubra seu ponto produtivo: se você atua melhor pela manhã, concentre suas atividades mais complexas nesse período. Mas, se o seu ponto forte é à tarde ou à noite, faça as atividades mais simples em algum desses períodos.

- Delegue na parte da manhã: quando tiver de delegar alguma atividade, faça isso o mais rápido possível. Somente assim a pessoa vai ter tempo para se programar e entregar um trabalho de melhor qualidade.

- Aproveite a hora do almoço: caso seja aniversário de alguém especial e você precise comprar um presente, almoce em um shopping próximo e dê uma volta. Massagens antes de voltar ao escritório também são recomendadas. As mulheres sabem aproveitar como ninguém o período do almoço para executar essas pequenas tarefas.