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Eleição gera outro conflito entre oposição de Mauá
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
02/11/2011 | 07:26
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Orlando Filho/DGABC


A proximidade da eleição municipal de 2012 faz, de novo, a oposição de Mauá se confrontar. Integrante do bloco contrário ao governo de Oswaldo Dias (PT), o vereador Atila Jacomussi (PPS) anuncia que adotará postura de opositor independente na Câmara a partir da sessão de amanhã. Na prática, a mudança significa que o parlamentar, que é pré-candidato a prefeito, não mais combinará votos com os outros quatro oposicionistas da Casa. Há dois meses, a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) pregou união da oposição, mas o cenário aponta ao menos seis candidatos do bloco ao Paço.

Atila ficou irritado com o voto favorável de Edimar da Reciclagem (PSDB) ao projeto do Executivo que coloca à venda área de 98 mil metros quadrados no bairro Sertãozinho, que atinge trecho do Rodoanel Sul, na semana passada. A oposição tentou, sem sucesso, emplacar cinco emendas à peça. Com as rejeições da maioria, os contrários a Oswaldo permaneceram unidos para tentar vetar a matéria com o apoio de algum dissidente governista. A articulação ruiu na declaração de posicionamento do tucano, o primeiro a votar.

"Infelizmente alguns compromissos firmados não foram cumpridos. Na primeira (votação) ele votou de um jeito e, na segunda, de outro. Já que não há entrosamento, adoto esta postura. Continuo fazendo oposição, mas de forma independente", explica Atila.

Apesar de o popular-socialista negar, a iniciativa soa como estratégia eleitoral, já que Edimar, assim como ele, é pré-candidato a prefeito. No meio do ano Atila tentou, inclusive, fazer com que o tucano apoiasse seu nome ao comando do Paço.

O que também gerou descontentamento no opositor independente foi a atuação de Edgard Grecco Filho (PMDB) na Comissão de Justiça e Redação. "Ele emitia parecer a projetos sem consultar outros da oposição", critica.

Atila conclui dizendo que a postura se dá para evitar desgaste com os pares. "Ficamos felizes com as vindas deles para a oposição (em janeiro), mas acho que, como deram base ao Oswaldo por dois anos, às vezes temem ficar em saia justa." 

JUSTIFICATIVA

Edimar da Reciclagem recebeu a informação sobre o novo posicionamento político de Atila Jacomussi com naturalidade, e ressaltou ser livre para deliberar na Câmara. "Acho que ele tem de ser independente mesmo, assim como eu. Nunca combinei voto com a oposição", alegou - é praxe na Câmara os cinco oposicionistas se reunirem parar definir encaminhamentos consensuados.

O tucano justificou o voto favorável à venda do lote com base na estagnação do desenvolvimento de Mauá. "Conversei com o governo e disseram que precisam vender a área para construir uma avenida marginal. A cidade precisa ter obra viária."

O presidente municipal do PPS, Erismar Clementino, o Mazinho, também alfinetou o voto de Edimar. "Dentro de Mauá não existe oposição a não ser o Atila e o Manoel Lopes (DEM). Os outros não são firmes."




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