A coordenadora regional do PV, Vera Motta, rebateu o deputado estadual Alex Manente, que comemorou o ingresso de ex-verdes de São Caetano, Diadema e Mauá, ao "aproveitar", segundo ele, a lacuna deixada pela saída de Marina Silva do partido - está sem legenda e atua num movimento chamado ‘nova política'. Para ela, a ligação, inclusive com incorporação de ideologia, como a sustentabilidade, "é infeliz".

Segundo Vera, o desempenho da ex-senadora Marina Silva na corrida presidencial do ano passado - ficou na terceira colocação no primeiro turno, ao obter 20% dos votos válidos - ocorreu por união de esforços. "O partido não conseguiu sozinho nem Marina sozinha. E ninguém vai se apossar do resultado do pleito, que foi obtido em conjunto", analisa a verde.

"O partido permanece com suas bandeiras, contudo, não é possível que uma única pessoa possa representar o acúmulo de mais de 25 anos de exercício e trabalho, apropriando-se de um poder não construído dentro da agremiação", acrescenta Vera Motta, que também preside o PV de São Bernardo, reduto eleitoral de Alex Manente - o parlamentar é pré-candidato ao Paço e os verdes estão alinhados com o governo Luiz Marinho (PT).

Sem citar nomes, a dirigente afirma que "políticos oportunistas e descompromissados podem pretender usurpar bandeiras históricas de uma agremiação e aproveitarem-se da (ex-)ministra que poucos conheciam até seu ingresso no PV".

Vera, no entanto, criticou mais veementemente os antigos correligionários que assinaram ficha no PPS. Segundo ela, a migração ocorreu simplesmente por interesse eleitoral, e não por ideologia partidária. "A sociedade sabe reconhecer as práticas de conveniência. Usar outros partidos como ‘barriga de aluguel' para o aproveitamento de um resultado coletivo, pode ser escolha arriscada."

Atacou ainda o uso do nome de Marina Silva para angariar projeção. "A ex-senadora não outorgou procuração a políticos que estiveram em sua campanha, para usar sua imagem de maneira que pode depreciá-la pelo próprio desconhecimento do rigor que tem em suas posições. Para a história dela, que esteve no PT por 30 anos, e dois anos no PV, não seria compatível apoiar e usar seu nome com único objetivo eleitoral e sem qualquer compromisso com as suas aspirações políticas."

Nos últimos meses, até dia 7, o PV filiou no Brasil 80.334 pessoas. Mas teve 16.138 baixas. No Estado, foram 18.824, para 5.478 saídas. Sem dar números regionais, Vera afirma que essa proporção também ocorreu no Grande ABC.