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BMW espera vender 15% a mais em 2000
Ana Paula Dutra
Da Redaçao
15/04/2000 | 18:03
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A BMW, tradicional fabricante alema de carros de alto luxo e velocidade, está apostando em aumento de 15% nas vendas de seus caros produtos, entre carros e motos, no mercado brasileiro, ainda neste ano. Isto significaria um acréscimo de cerca de 250 motos e 1,7 mil veículos da marca circulando pelas ruas do país. As boas perspectivas da economia e o aumento do poder de compra da populaçao trouxeram esta expectativa à BMW. Vale lembrar que o preço médio de cada carro é de R$ 100 mil.

Outro fato que mostra como a montadora está apostando no aumento do mercado, este ano, no Brasil, sao as novidades que a BMW trará para o país. "O povo brasileiro gosta muito de conforto e principalmente de novidades e inovaçoes", disse o presidente da companhia no Brasil, Rudolf Niesner-Schefenacker. Ainda em 2000, deverá chegar ao mercado nacional uma nova versao do carro mais vendido da marca aqui, o sedan 323. O veículo terá um motor menos potente, o que permitirá reduçao do preço. Hoje, o 323, que já vendeu mais de duas mil unidades no Brasil, custa entre R$ 93 mil e R$ 102,5 mil.

Outro nicho de mercado que a BMW pretende explorar, a partir de 2000, é o de sport utilities, que vem se firmando com uma nova tendência em todo o mundo. Com o lançamento do X5, modelo tipo jipe com luxo, em agosto, a montadora alema pretende assumir a liderança do segmento dos carros esportivos que custam acima de R$ 100 mil. Segundo Schefenacker, esse modelo deverá ganhar uma família ainda em 2001, que ele chamou, por ora, de X3 e X7. "Estes modelos agradarao em cheio o gosto do brasileiro", disse, sem entrar em detalhes. Só em relaçao ao X5, a expectativa da BMW é vender 40 mil unidades em 2000. O carro custa R$ 200 mil.

A montadora precisou criar modelos no segmento dos utilitários - e permanecer neste nicho promissor - devido à saída da linha Land Rover, que pertencia à BMW até o mês passado. Com a venda da Land Rover para a Ford, por US$ 3,9 bilhoes, a montadora alema perderá a chance de participar de um mercado que, só nos Estados Unidos, tem participaçao de 20%, e que no Brasil subiu de 3% em 1998 para 5% no ano passado.

A venda da Rover colocou a BMW na contramao da onda de fusoes e megafusoes que agita o setor automotivo hoje. Diferente das demais montadoras, a BMW pretende ficar sozinha - pelo menos por enquanto. "Em pesquisas recentes descobrimos que 70% das fusoes nao dao certo. Temos fôlego para seguir sozinhos, e pretendemos continuar assim", disse Schefenacker.

Defender - O Brasil abriga hoje uma pequena linha de produçao da marca Land Rover: a fabricaçao de cerca de cinco carros por dia do modelo Defender (o mais barato da família) feita na Karmann-Ghia, ex-montadora e atual fabricante de autopeças de Sao Bernardo. Segundo o presidente da BMW, a produçao do modelo nao deverá ser transferida para uma das plantas da Ford, ou até mesmo desativada, como vem sendo cogitado após a venda da marca.

"Nao faria sentido transferir uma linha de produçao tao pequena para uma montadora que nao possui nenhuma plataforma semelhante, e que teria de se adaptar para receber o novo carro. Isso gera custos. Nao acredito na possibilidade de desativaçao. O Defender tem mercado certo que, por sinal, está crescendo no Brasil."




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