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Restaurante São Judas não paga funcionários após venda do local

Trabalhadores se reúnem para pedir indenização e cobrar posição da empresa

Marina Teodoro
Especial para o Diário
24/02/2016 | 07:19
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Nario Barbosa/DGABC


Depois de 30 anos trabalhando como funcionário do tradicional Restaurante São Judas, o mais antigo estabelecimento da Rota do Frango com Polenta, em São Bernardo, o coordenador de salão Davi Antônio de Oliveira, 50 anos, está desesperado porque desde o início do ano ele e outros colegas estão sem receber salário.

“Desde o dia 1º de janeiro o restaurante não funciona mais e, até onde sabíamos, a justificativa era de que o lugar seria reformado. Desse período em diante, ficamos sem informações sobre qual seria o nosso destino. Soubemos pelo Diário que o restaurante foi vendido, e que seríamos demitidos e indenizados, mas até agora não recebemos nada, e estamos à mercê da empresa para seguirmos nossa vida”, lamentou.

Para cobrar posicionamento dos patrões, cerca de 30 dos 90 funcionários se manifestaram na tarde de ontem em frente ao local onde funcionava o restaurante. Apesar de estarem longe das atividades há quase dois meses, por não terem sido demitidos oficialmente, os trabalhadores não conseguem iniciar em outro emprego, já que na carteira de trabalho ainda consta como se fossem funcionários do Restaurante São Judas.

O ex-administrador do local Albino Demarchi informou que o restaurante foi vendido e, por isso, cabe ao atual proprietário resolver o problema. “O novo dono preferiu que todos os funcionários fossem homologados na Justiça, e infelizmente não podemos interferir”, afirmou. Ele ainda assegurou que as homologações já estão sendo feitas, e que, inclusive, os contratos de alguns empregados já foram encerrados e receberam seus direitos. “Não temos como influenciar na decisão. Algumas homologações já foram feitas, outras estão marcadas para março, abril. Mas depende do tempo da Justiça.”

“Preciso pagar minhas contas, sustentar minha família. Sem salário e sem emprego eu não sei o que vai ser”, desabafou Oliveira, que só deverá receber as verbas rescisórias em 9 de maio.

O restaurante teria sido vendido por R$ 45 milhões para a rádio Nativa FM (Grupo Bandeirantes), conforme o Diário noticiou. O local deverá ser utilizado para promover eventos no futuro. “Vendemos para evitar o pior. Com a atual situação econômica no País, tivemos alguns problemas e a solução foi vender o local”, declarou Demarchi. A dívida total do empreendimento é da ordem de R$ 35 milhões. 




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