Após 17 dias corridos, funcionários da Karmann Ghia suspenderam a greve na fábrica da empresa, em São Bernardo. Os trabalhadores protestavam contra o não pagamento de vencimentos de dezembro e janeiro e outros benefícios, como o 13º salário e o dissídio, ambos referentes a 2015.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a direção da companhia, que produz autopeças, se comprometeu a depositar hoje parte do adiantamento do salário de fevereiro, montante que será completado no dia 2. O cronograma prevê que o restante dos vencimentos de fevereiro seja depositado até o dia 9 e que, a partir daí, o pagamento seja colocado em dia.

Em relação aos demais compromissos em atraso, a entidade sindical diz que o total será parcelado, mas não informou em quantas vezes nem quais são os prazos para a regularização. A empresa também está em débito com ex-funcionários. A direção da companhia teria feito acordo para pagar as verbas rescisórias em até 22 vezes, mas parte dos trabalhadores dispensados ainda não recebeu nada.

A Karmann Ghia justifica que a situação financeira está ruim devido às quedas nas vendas de carros zero-quilômetro no País (em janeiro, a comercialização de veículos novos caiu 38,62% na comparação com o primeiro mês de 2015). Cerca de 70% do faturamento da empresa provém de uma das grandes montadoras do País.