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Supla, o cinquentão

Músico comemora 30 anos de carreira
com livro que conta sua vida com crônicas

Miriam Gimenes
21/02/2016 | 07:53
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Divulgação:


O uso de expressões em inglês em quase todas as frases é uma de suas marcas registradas. Assim como também são seus cabelos ‘loiros quase brancos’ espetados – penteado usado há pelo menos 30 anos, inspirado em David Bowie –, a vestimenta diferenciada, os trejeitos e seu estilo musical. Este é Eduardo Smith de Vasconcellos Suplicy, o Supla, que completa três décadas de carreira e, para comemorar, acaba de lançar o livro Supla: Crônicas e Fotos do Charada Brasileiro (Editora Ideal, R$ 59,90).

Nele, o Papito fala como construiu estas e outras peculiaridades adquiridas nos seus quase completos 50 anos de vida (o aniversário é 2 de abril). “Os jovens que me veem hoje no Papito in Love (reality em que ele procura namorada na MTVBrasil) ou me viu na Casa dos Artistas (no ano 2001, do SBT, que conquistou o segundo lugar) têm de conhecer minha história. Acho importante o pessoal saber de onde estou vindo”, diz.

Pois bem. Na publicação – com um belo prefácio de seus pais, Marta e Eduardo Suplicy –, escrita em menos de um ano, ele conta sua história de próprio punho por meio de crônicas, todas ilustradas com fotos. Fala de suas origens, as duas famílias ‘quatrocentonas’ Matarazzo e a do Barão Smith de Vasconcellos. “Acho meio ridículo essa história de nome de família, sangue azul e o escambau, sem maldade... O importante é ter educação, ganhar o respeito por aquilo que você é e não pelo seu status social”, diz em trecho do livro.

Supla relembra também por toda sua infância e conta como desenvolveu sua habilidade – e hábito – de falar inglês . “Não é porque quero ser um gringo bobo, fui alfabetizado nesta língua.” É que, quando ele tinha um ano de idade, a família se mudou para Michigan, nos Estados Unidos, para seus pais fazerem pós-graduação. Ele ficou por lá até os oito anos de idade e veio para o Brasil.

Voltou a morar outra vez nos Estados Unidos, já adulto, mas para ser um ‘ilustre Zé Ninguém’. Lá tocou com uma de suas bandas, a Psycho 69. Queria fugir do estigma de ‘ser filho desse ou daquele’, criar seu próprio caminho. “O que eu achei mais importante é que segui meu sonho de fazer o que eu realmente acreditava e espero que ajude a inspirar a outras pessoas a seguirem o que acreditam.”

Supla também fala da sua paixão pelos esportes – chegou a ser vice-campeão de boxe –, o breve relacionamento com a cantora Nina Hagen, a confusão que rendeu um tiro no pé em Nova York, a chuva de cusparadas que tomou quando abriu um show do Ramones no Brasil, a parceria com o irmão João e a turnê do Brothers of Brazil – um dos shows foi no Festival de Cultura do Diário, no ano passado –, entre outras inúmeras coisas.

E o que virá dos próximos 50 anos? “Isso se eu chegar aos 100 anos, porque acho que não vou chegar (risos).” Mas este homem com a alma – e físico – de garoto ainda guarda muitos planos. Trabalhar a música Parça da Erva, em que defende a legalização da maconha (‘faço política da minha arte, política não se faz só no Congresso’), e as outras que farão parte do próximo disco solo e, é claro, viver sua liberdade. Fly, Papito.  




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