O promotor Rodrigo Merli Antunes, do Ministério Público de São Paulo, deverá denunciar à Justiça na segunda-feira o policial militar reformado Mizael Bispo de Souza e o vigia Evandro Bezerra da Silva pela morte da advogada Mércia Mikie Nakashima, em 23 de maio. Ele pedirá a decretação da prisão preventiva de Mizael, ex-namorado da vítima.

Antunes reuniu-se ontem com a mãe e o irmão de Mércia, Janete e Márcio Nakashima, no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. Também conversou com o advogado da família, Alexandre de Sá Domingues.

Com Domingues, o promotor discutiu a classificação dos crimes pelos quais Mizael e Evandro devem ser denunciados e a indicação de testemunhas.

Tanto o policial militar quanto o vigia serão acusados de homicídio triplamente qualificado: impossibilidade de defesa da vítima; motivo torpe, já que o crime teria sido cometido em razão do fim do namoro; e meio cruel, pois a vítima foi agredida e baleada. O segundo crime é ocultação de cadáver, em razão de Mércia ter sido jogada em seu Honda Fit na represa de Nazaré Paulista, no interior paulista.

Testemunhas - Foram listados os nomes de 16 pessoas para serem possivelmente ouvidas no processo. Entre essas testemunhas estão o comerciante que viu o carro da advogada chegar ao reservatório e afundar. Também constam da lista os irmãos de Mércia, Márcio e Cláudia Nakashima.

Para fundamentar o pedido de prisão contra Mizael, o promotor alegará que a detenção dele é necessária para garantir a ordem pública, assegurar a possível aplicação de uma pena e evitar interferências no processo.

O inquérito do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) concluiu que Mizael matou Mércia por se sentir rejeitado e humilhado por ela. Segundo a polícia, Evandro sabia do plano do policial desde o início de maio e o ajudou. O vigia está preso por ordem da Justiça.