Esportes Titulo Adrenalina
Andreense inova em manobras no skate
Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
05/02/2012 | 07:30
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Andrea Iseki/DGABC


A coragem e a determinação do ser humano em criar novas modalidades esportivas chega a impressionar quem se acostumou a ver o esporte no passado. Totalmente diferente do tradicional, no qual o skate é praticado em rampas e pistas em parques, o andreense Vanderlei Arame fugiu dos padrões convencionais e inovou ao praticar a modalidade em rampa na Represa Billings, em São Bernardo.

A manobra chama atenção pelo risco que o esportista corre. Receoso, Arame não esconde certa apreensão pelo o que faz. "Dá um pouco de medo, sim. A gente anda na parte funda, tem risco sério de cair. No local, tem muitos tocos, pedaços de árvore. É um lugar perigoso, com seis, sete metros de profundidade", analisou.

Praticante do skate desde os 12 anos, Arame revelou que sempre sonhou fazer algo que fugisse do aspecto convencional da modalidade. Por isso, resolveu criar a rampa na represa.

"Quando comecei a andar de skate, já tinha na minha cabeça realizar algo diferente, sair do padrão, andar em pistas novas, ruas de difícil acesso. Na represa, eu nunca tinha visto alguém fazer, então surgiu a ideia. Muita gente duvidou que seria possível, mas está aí a resposta", comentou ele.

E as iniciativas do skatista não param por aí. O garoto sonha pôr em prática outras manobras radicais, em lugares ainda mais inusitados.

"Na entrada da cidade de Santos tem um peixe gigante, de 40 metros. A boca dele é como se fosse uma transição, uma mini-rampa fina. Quero fazer um exatamente nesse lugar. Seria feito histórico", relatou.

Porém, para que a iniciativa seja concretizada, Arame clama por patrocínio. "As pessoas deveriam acreditar mais no skate. É um dos esportes mais democráticos já criados, só que não recebe apoio de ninguém. Se tiver patrocínio bom, pretendo fazer mais algumas coisas. O skate é muito mais do que simples esporte. Podemos ir a qualquer lugar", comentou.

Skatista profissional desde 2009, Arame possui duas empresas que o ajudam nos campeonatos que disputa: uma do ramo de calçados e outra de roupas. Além disso, conta com o apoio de amigos. Um deles, também profissional, o auxiliou a elaborar a rampa. Outro, praticante de balonismo, colabora para a próxima empreitada.

Agora, Arame se prepara para duas importantes competições ainda neste ano: o circuitos brasileiro e o europeu. Feliz por estar na ativa, ele ressaltou os fatores fundamentais para quem sonha um dia se tornar profissional da modalidade.

"Se você sonha com alguma coisa, tem de correr atrás. Mas não precisa deixar a escola. Tem de estudar sempre. O esporte é perigoso, mas se você acredita no seu potencial, tem tudo para dar certo. Só que, de início, há a necessidade de pensar no skate como maneira de diversão, não em dinheiro. Tem de amar esse esporte. O começo é muito difícil, não tem patrocínio. É diversão. As coisas vão acontecendo conforme o tempo", ressaltou.

 

 

Meta agora é levantar rampa em balão

Desafiando todos os limites e mostrando não ter medo de nada, Vanderlei Arame começa a se preparar para o próximo desafio: fazer manobras de skate em rampa erguida por balão.

Para quem vê de longe, o feito parece complicado e assustador. Porém, na opinião do skatista andreense, a manobra é simples e fácil de ser executada. Arame fará os movimentos na plataforma instalada na parte inferior do balão e flutuará normalmente. Depois, na hora do pouso, realizará mais algumas manobras.

A previsão é de que o projeto seja posto em prática em até três semanas, ainda sem data definida. Mas o local Arame já sabe dizer: na cidade de Holambra, no bairro Terra Preta.

"Uma plataforma será montada embaixo e a minha ficará em cima. Vamos parafusar a minha rampa na plataforma. Depois, vão subir cabos de aço presos ao centro do balão, de onde sai o ar para subir", explicou o skatista.

"O balão vai levantar a rampa. O peso está avaliado entre 500 quilos e 600 quilos, já com a minha presença no balão. Ele vai baixar no solo ao lado de uma represa. Enquanto estiver subindo não vou andar. Depois vai ficar parado e só volto a realizar as manobras quando atingir 15 metros de altura. Outro momento em que não farei manobra será quando o balão sair do meio da represa", completou Arame.




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