Após cerca de oito meses de negociações, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assinou nesta quarta-feira, com o Funcef (Fundo de pensão da Caixa Econômica Federal) e com o Previ (Fundo de Pensão do Banco do Brasil), um protocolo de intenções para a reestruturação e consolidação do Sistema Ferroviário Centro-Oeste/Sudeste. O grupo Brasil Ferrovias é integrado pelas empresas Brasil Ferrovias, Ferronorte, Ferroban e Novoeste.

Segundo a Agência Brasil, o acordo só será fechado depois do acerto de um Termo de Ajustamento de Conduta com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que estabelecerá as metas a serem cumpridas pela Brasil Ferrovias e seus acionistas, e o cronograma de execução dos investimentos, além da conclusão das negociações com o Tesouro Nacional e a Rede Ferroviária Federal para regularização de pendências de arrendamento e litígios judiciais. A expectativa é de que isso ocorra no prazo de 180 dias.

O vice-presidente do BNDES, Darc Costa, destacou que o novo sistema ferroviário garantirá o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro e sinaliza a futura ligação entre os oceanos Atlântico e Pacífico. De acordo com ele, a meta é a unificação de malhas e a integração de mercados, a fim de corrigir distorções registradas durante as privatizações. O sistema ferroviário terá dois novos corredores de transportes: o de bitola estreita (Corumbá-Porto de Santos) e o de bitola larga (Alto Araguaia-Porto de Santos).

Para Darc Costa, a operação de reestruturação “é um marco histórico, por trazermos de novo a concepção ferroviária para o centro da solução da questão de transporte no Brasil e por começarmos pela ferrovia que é, sem dúvida, a de maior alcance em termos da riqueza do continente sul-americano”.

A implantação dos dois sistemas de bitolas prevê aporte de recursos inicial de R$ 540 milhões, dos quais R$ 405 milhões do BNDES e R$ 135 milhões dos acionistas.