Profissionalização do Carnaval. Esta é a frase que resume o desfile das escolas de samba do grupo 2 de Santo André que passaram sábado pela avenida Apiaí. As agremiações surpreenderam o público de mais de 15 mil pessoas pela originalidade dos carros alegóricos e luxo das fantasias. Antes da apresentação das cinco escolas, realizaram desfile a Acadêmicos de Vilas Unidas e Mocidade Imperial, pleiteantes do Carnaval de Santo André e que brigam por uma vaga no grupo 2.

A escola Seci, segunda a desfilar pelo grupo, coloriu a avenida de ponta a ponta. As fantasias, embora retratassem em todos os setores o mesmo personagem, o índio, conseguiu mostrar algo diferente a cada ala. Os carros alegóricos traziam esculturas gigantes decoradas com muito brilho.

Segundo a carnavalesca Débora Alves, a Seci se profissionaliza a cada ano. “Trouxemos carros diferentes de tudo o que o já foi apresentado na cidade. Ousamos no desfile, pois queremos superar até as escolas do grupo principal.”

A Acadêmicos do Centreville também trouxe carros alegóricos inusitados para a passarela. Com efeitos especiais – discos voadores e globos giratórios – a escola só terá problemas caso os fiscais da Uesa (União das Escolas de Samba de Santo André) comprovem que a altura tenha superado 5,5 m, limite máximo no regulamento.

Ao passarem pela linha que separa a concentração da passarela, o pórtico tinha altura inferior ao do carro, sendo que o esplendor dos últimos destaques passaram depois destes se abaixarem. Os fiscais, no entanto, informaram que o pórtico poderia não ter as medidas oficiais e devem medi-lo até a apuração.

A Oásis da Vila, que terminou sua apresentação já com o dia claro, realizou um desfile sem buracos. O presidente da escola, Gilberto Ramos, conforme havia prometido, só revelou os segredos da agremiação na avenida. Carros trouxeram esculturas que se assemelhavam às ilustrações de livros infantis. “O Carnaval da Oásis é um conto de fadas.”

A escola Beleza Pura também apresentou um desfile luxuoso e de fácil interpretação. Ao contar a evolução do homem – nascimento, vida e morte – , nenhuma das fases foi esquecida. O destaque em alegorias ficou por conta do carro abre-alas, que trouxe Adão e Eva, e o último, logo atrás da ala da morte. “O carro representa a incerteza quanto ao destino após a morte: céu ou inferno”, explicou a carnavalesca Silmara Raposo.

O samba que mais empolgou a arquibancada foi o da Tradição de Ouro. A escola, no entanto, pode perder pontos no quesito evolução por ter passado alguns minutos do limite previsto para o desfile. Os integrantes das últimas alas chegaram à dispersão correndo.