Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, dois Gols interceptaram o Passat azul onde estava o deputado. Um dos quatro homens que ocupavam o automóvel branco desceu do veículo e começou a disparar contra o deputado. Um outro também atirou contra o parlamentar, mas se resguardou dentro do veículo. O outro carro, de cor cinza, deu cobertura à ação.

Dos pelo menos 15 tiros disparados, nove atingiram o deputado — quatro deles na cabeça. Ele chegou a ser levado ao Hospital Central do Exército, mas não resistiu.

Policiais civis e federais estão investigando o crime. Para o delegado Luiz Alberto, a possibilidade de roubo foi descartada, já que nada foi levado do parlamentar. A polícia não rejeitou a hipótese de crime político.

Pelo menos cinco testemunhas foram ouvidas pela polícia. Com base no relato de uma delas, foi divulgado um retrato falado de um dos homens que teria disparado contra o deputado. Segundo a polícia, o suspeito é moreno, forte, com cerca de 1,70 metro e aparenta ter entre 25 e 35 anos.

O deputado federal participou da CPI do Narcotráfico e da Nike, que investigava os contratos do futebol brasileiro. Nas últimas eleições, trocou Brasília pelo Rio de Janeiro, eleito deputado estadual por 43 mil votos, a maioria dos evangélicos fluminenses das regiões de Niterói e São Gonçalo.

O corpo do parlamentar, que está no IML, deve ser velado à noite na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O sepultamento está marcado para as 10h deste sábado em Inhaúma.

Recompensa - O presidente regional do PL, Bispo Rodrigues, ofereceu, em entrevista coletiva concedida nesta sexta, uma recompensa de R$ 30 mil para a testemunha que apontar os culpados pelo assassinato de Jesus.

O bispo Rodrigues disse acreditar que o crime tenha sido político, "porque não tem lógica alguém matar um deputado federal numa rua erma, na frente da sede do partido, com tiros certeiros de dentro de um carro", sem que a ação tivesse sido encomendada. "Eles eram profissionais", comentou.

O presidente regional do PL revelou ainda que o deputado Valdeci Paiva de Jesus recebia constantes ameaças, sendo a última delas recebida na terça-feira pela secretária do escritório do deputado assassinado.

O Bispo Rodrigues disse que suspeita de quem possa ter encomendado a ação, mas que não pode dizer no momento para não comprometer as investigações. No entanto, o bispo disse que os mandantes do assassinato estariam envolvidos em outros casos do gênero.