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Chalita acende fogo amigo contra Skaf
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
20/09/2010 | 07:43
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Tiago Silva/DGABC


 

Ainda chateado por ter a vontade de candidatar-se ao Senado negada pelo partido, o ex-secretário estadual de Educação Gabriel Chalita (PSB), que agora busca vaga na Câmara, disparou contra a direção da legenda em São Paulo e o candidato da sigla ao governo, Paulo Skaf, cuja candidatura considera aventureira. "Foi visão equivocada ir para uma aventura de um candidato a governador e negar possibilidade real que tínhamos para o Senado."

A opinião de confronto aos direcionamentos do partido, ao qual se filiou em setembro de 2009, é exprimida de forma cada vez mais contundente. Há um ano, Chalita deixou o PSDB (sigla pela qual elegeu-se o vereador mais votado da Capital, com 102 mil votos), com a promessa dos caciques do PSB de que teria a legenda para o Senado.

Na época o PSB sinalizava para aliança com o PT no Estado. Em troca do apoio a Aloizio Mercadante (PT) ao Palácio dos Bandeirantes, teria assegurada a segunda candidatura da coligação para o Senado - a primeira já estava com Marta Suplicy (PT). No entanto, o presidente estadual do PSB, deputado federal Márcio França, optou por lançar Skaf ao governo.

Sem os atrativos da aliança com o PT, que posteriormente definiu Netinho de Paula (PcdoB) como candidato ao lado de Marta, Chalita desistiu da corrida. "Estava empolgado. Mas a forma com que as alianças foram se formando, não achei mais interessante", confirma. "Eu aparecia com 12% nas pesquisas e o Skaf com 1%. Não sei quais foram os critérios."

O candidato a deputado federal ratifica que restou mágoa pela centralização da definição das escolhas do PSB. "Foi um erro do partido (lançar Skaf)... Uma decisão do Márcio França, que respeito, mas faltou debate mais democrático. Com discussão mais ampla, com todas as pessoas do PSB sendo ouvidas, talvez o encaminhamento para São Paulo fosse outro."

Chalita não é a primeira liderança do PSB a criticar a escolha de Paulo Skaf para o governo. Em entrevista publicada ontem pelo Diário, Luiza Erundina disse que "Skaf está no partido errado". "Não posso entender que um partido que se diz socialista tenha na cabeça de chapa a expressão máxima do capitalismo, que é o presidente da Fiesp", disse a ex-prefeita da Capital.

A MESMA BANDEIRA - De olho na eleição, Chalita destaca "não ser demérito sair a deputado federal". "O que faria no Senado posso fazer na Câmara", justifica.

Tido como puxador de votos do PSB, que estima que o candidato conquiste a simpatia de 600 mil eleitores, o socialista apresenta proposta pela implantação da Lei de Responsabilidade Educacional. "Nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal, com sanções para os gestores que não cumprirem as diretrizes."

Candidato desconversa sobre assumir Ministério

Responsável pela criação da Escola da Família e da Escola de Período Integral em São Paulo (acusa o ex-governador e candidato do PSDB à Presidência José Serra de ter destruído seus projetos), Gabriel Chalita trata com cautela a possibilidade ventilada nos bastidores de assumir o Ministério da Educação caso Dilma Rousseff (PT) seja eleita presidente.

"Seria uma honra ser convidado. Mas quero é ter voz ativa na Educação, seja como ministro ou como deputado."

Se Chalita admite "torcer para que Dilma ganhe", na esfera estadual não esconde a predileção pela eleição do amigo Geraldo Alckmin (PSDB), mas descarta comandar novamente a Secretaria de Educação. "Por nossa amizade acho que vou dar muito palpite."

Acompanhado do candidato a deputado estadual Romualdo Magro Júnior (PSB), com quem faz sua principal dobrada em Santo André, Chalita criticou a postura de Tiririca (PR) na corrida à Câmara. "Chacota com a política não fortalece a democracia."

 




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