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Dança e história se entrelaçam no Tango
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
Rivaldo Gomes
Enviado do Diário a Buenos Aires
30/04/2003 | 18:45
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Assim como na dança, as histórias do tango e de Buenos Aires se entrelaçam com todo o romantismo peculiar do ritmo. Na preferência por canções como Mi Buenos Aires Querido, músicos e dançarinos revelam sua paixão pela capital argentina, amor este que nem mesmo a crise econômica foi capaz de abalar. Em troca, a cidade retribui o carinho com uma infinidade de casas especializadas no ritmo imortalizado por Carlos Gardel e modernizado por Astor Piazzolla, além das dezenas de artistas anônimos que, com seus bandônions e violinos em mãos, entoam clássicos do tango pelas ruas portenhas.

A maior parte deles concentra-se no bairro de San Telmo, o mais antigo de Buenos Aires, com arquitetura dos séculos XVIII e XIX bem preservada. Alguns restaurantes oferecem, inclusive, instrutores para os visitantes que sonham em arriscar algo mais do que o básico na hora de dançar o tango.

Outro ponto de parada obrigatório aos amantes do tango é a esquina Carlos Gardel, no bairro de Abasto, onde bailarinos e um sexteto de ótima qualidade arrancam suspiros apaixonados do público na interpretação de clássicos como El Dia Que me Quieras. Nas paredes da casa, que serve um jantar regado a vinho antes da apresentação, estão espalhados retratos dos maiores ícones do ritmo: Aníbal Troilo, Astor Piazzolla, Le Pera e, claro, Carlos Gardel. Seor Tango, El Viejo Almacén e o refinado café Tortoni completam a relação de endereços famosos dedicados ao tango.

Há também a casa El Querandí, que oferece um jantar sofisticado, com pratos da cozinha internacional, de segunda-feira a sábado, sempre acompanhado por espetáculos de tango a partir das 22h15. O programa, que também inclui traslados e uma aula de tango à tarde, custa US$ 60 se adquirido no Brasil. Situado em um casarão histórico de 1920, o Querandí é visto por muitos como um dos pontos que melhor resgatam a memória da antiga Buenos Aires.

Já o bairro da Boca, principal reduto de imigrantes italianos na capital argentina, destaca-se por ser considerado o berço do tango. Foi lá que o ritmo nasceu, ainda marginalizado, antes de conquistar a simpatia da grande maioria portenha e tornar-se uma das mais expressivas referências musicais do país.

Hoje, a batida melancólica do tango na Boca pode ser conferida por quem passa pelas caixas de som das principais lojas do colorido Caminito, fazendo jus àquela velha canção que diz “Caminito amigo, yo también me voy”.




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