Setecidades Titulo Carnaval 2012
Camisa presta homenagem a heróis
Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
04/02/2012 | 07:00
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Com a verba apertada, a direção da Camisa Vermelha e Branca decidiu assumir as criações do Carnaval 2012 de São Bernardo. De acordo com o presidente da escola, Marcelo Silva Verçosa, 41 anos, pagar um profissional é muito caro e o dinheiro será melhor utilizado na compra de materiais e pagamento de artesãos.

"A subvenção da Prefeitura (R$ 45 mil) é muito pouca, não cobre nem um terço dos nossos gastos. Por isso, a saída é economizar onde podemos. O carnavalesco ajuda, mas assim podemos economizar entre R$ 4.500 e R$ 5.000", explica.

A duas semanas do desfile, a agremiação tem apenas 40% do Carnaval pronto. "Não temos dinheiro para terminar. Nesta época do ano, presidente de escola vira mendigo, precisa pedir dinheiro para todo mundo. É muito complicado", lamenta. Para driblar os problemas, vale apostar na reciclagem de antigas fantasias e carros, mas pedido é por mais incentivo da Prefeitura e dos empresários da região.

Falta também espaço para realização de eventos, que poderiam ajudar a levantar fundos para a escola. Atualmente os componentes contam, principalmente, com a ajuda da comunidade para continuar a fazer parte do Carnaval da cidade.

ENREDO

Neste ano, a aposta da Camisa Vermelha e Branca é falar de heróis brasileiros. Figuras como Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Chico Mendes e Lampião - que para muitos também é descrito como vilão - estarão representados no desfile. A ideia é resgatar a história desses homens que contribuíram para melhorar o País e a vida de seus compatriotas. A comissão de frente simbolizará a luta do bem contra o mal.

"Destacaremos a luta contra a escravatura, pela democracia e contra a servidão a Portugal, além da conscientização sobre a preservação do meio ambiente. Precisamos lembrar dessas pessoas e homenageá-las", destaca Verçosa. No total, a escola entrará na Avenida Aldino Pinotti com 350 componentes, sete alas e três carros alegóricos.

Caçulas ganham espaço na agremiação 

Entre os componentes mais experientes da Camisa Vermelha e Branca, uma das escolas de samba mais antigas da cidade, estão também jovens apaixonados pela Folia.

O segundo mestre-sala da escola, Pablo Campos de Araújo, 15 anos, já desfila há cinco. A intenção é um dia substituir o presidente Marcelo Silva Verçosa na função de primeiro mestre-sala.
"A emoção em estar na avenida é muito grande", descreve. Na família de Pablo, apenas a mãe gostava de Carnaval e desfilava pela Camisa, mas agora apenas o menino defende as cores da escola. "Um dia quero desfilar pela Mocidade Alegre", sonha.

Já Carlos Eduardo Santos de Castro, 15, afirma que gosta mais da Vai-Vai. Embora divididos na torcida do Carnaval paulistano, ambos são unânimes quando o assunto é a escola do coração: Camisa Vermelha e Branca com certeza. Carlos começou a tocar na bateria em 2008. "Ia aos ensaios até que um dia tomei coragem e aprendi. Foi um pouco difícil no começo, mas agora já domino bem o tarol (um dos instrumentos mais importantes da bateria, também chamado de caixa)", relata.

A participação dos garotos vai além do desfile: eles também ajudam na confecção dos carros alegóricos e das fantasias.




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