Economia Titulo Bebidas em falta
Adegas e bares do Grande ABC já sentem os efeitos da greve na Ambev

Motoristas e ajudantes cruzam os braços pelo sexto dia corrido

Marina Teodoro
Especial para o Diário
17/02/2016 | 07:25
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Anderson Silva/DGABC


Com a paralisação dos motoristas e ajudantes do centro de distribuição da Ambev em Diadema, pelo sexto dia corrido, bares e adegas da região já estão sendo prejudicados com o abastecimento de bebidas. A companhia é responsável pela produção de grande marcas, como Skol, Brahma, Antarctica, Corona, Budweiser, Leffe, Guaraná Antarctica, H2OH!, Pepsi e Gatorade, e o atraso na entrega tem afetado cerca de 50% das mercadorias, de acordo com o Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC.

Estabelecimentos em Santo André, São Caetano e Diadema já estão sofrendo com a falta dos produtos. “Fizemos o pedido na semana passada e só recebemos ontem (segunda-feira) e hoje (ontem). A sorte é que tínhamos estoque, e não passamos por nenhum aperto. Mas percebemos que alguns colegas tiveram que vir atrás da gente para poder abastecer o bar”, relatou o gerente da Adega do Ni, em Santo André, Sandro Pereira.

Cansado de problemas com distribuidores da Ambev, o proprietário da Adega Adriática, também em Santo André, Ed Oliveira Lima, há pelo menos um ano deixou de fazer encomendas com a companhia. “Sempre tem atraso. Em época de fim de ano ou feriado já fiquei muitas vezes na mão. Agora retiro as bebidas em distribuidora no Interior do Estado.”

Com a greve, o dono da adega está até lucrando. “Com a falha deles (Ambev) a gente acaba ganhando, já que temos a mercadoria, e muitos donos de bares estão vindo comprar da gente”, contou Lima.

O sindicato informou que, ontem, a Ambev transferiu algumas mercadorias e funcionários para o centro de distribuição da Mooca, na Capital, a fim de minimizar os efeitos da greve.

É importante lembrar que a distribuição é administrada por empresas terceirizadas, e que a paralisação está sendo feita por funcionários da Monarca Transportes e Log 20. A equipe do Diário tentou contato com ambas, mas não obteve resposta. Em nota, a companhia segue informando que as operações no centro de distribuição em Diadema não têm sido afetadas.

JUSTIÇA - O diretor e coordenador do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Cleuber Ferreira de Moura, informou que as sete demissões que haviam sido feitas pelas empresas terceirizadas foram suspensas, de acordo com decisão do Tribunal Regional do Trabalho. “A greve foi considerada legítima pela Justiça e, de acordo com o tribunal, nenhum funcionário poderá ser demitido durante a paralisação, caso contrário, a empresa pagará multa de R$ 15 mil a cada trabalhador.”

É aguardada para hoje decisão da Justiça a respeito da greve. Os funcionários da Ambev pedem melhores condições de trabalho, uma vez que o número de ajudantes para transportar as mercadorias diminuiu de dois para um. Também estão em pauta revisões periódicas dos caminhões e pagamentos de hora extra. O número de empregados com os braços cruzados era estimado em 230, porém, com os cortes, o sindicato afirmou que houve redução na adesão à greve devido ao medo de perder o emprego. 




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