Após declarar à Justiça Eleitoral que não tinha bens em seu nome, o candidato a prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou quarta-feira ter uma conta bancária conjunta com a mulher, Nilza de Oliveira, no valor de R$ 15 mil - os dois imóveis e veículo do casal também estão registrados em nome da mulher.
Embora tenha omitido as informações da movimentação bancária no registro de sua candidatura, o petista alega que a atitude não é falta de transparência. "Não quero esconder nada da população. A lei não exige a declaração de bens da família, mas dos candidatos."
Segundo o ex-ministro da Previdência, todos os bens, incluindo o apartamento de 55 m² no Jardim Irajá, onde mora há 18 anos, foram constituídos por Nilza antes da união formal, em 2000. "Ela continuou declarando todos os bens e aplicações bancárias no Imposto de Renda", justificou o prefeiturável.
No site da Receita Federal consta que o sindicalista teve restituição até 2004 - um ano antes de se tornar ministro do Estado. A partir de 2005, já atuando à frente do Ministério do Trabalho, Marinho teve imposto a pagar à Receita.
Especialista em direito eleitoral, Fátima Nieto atenta que é crime dar declarações falsas à Justiça Eleitoral. "Se ele não registrou um bem que possui pode responder processo, mas se tudo está em nome de terceiros, não descumpriu a lei."
Embora considere falta de transparência do pleiteante ao cargo público, a jurista atenua a ausência da informação referente à conta bancária alegando que a disposição da renda poderia deixar o candidato vulnerável. "Não podemos considerar o dinheiro um bem. E se a pessoa informa o valor, os bandidos ficam à vontade para planejar algo contra."
Campanha - Luiz Marinho não abandonou a postura de "candidato do presidente Lula". Durante caminhada na manhã de quarta-feira, no bairro Alves Dias, o petista repetiu ser "o mais apto a comandar a cidade devido o bom relacionamento com os governos federal e estadual".
Mantendo a linha de ataque à atual administração, o sindicalista acusou o prefeito William Dib (PSB) de "boicotar" programas da União. "Nos últimos quatro anos, nossos deputados federais Vicentinho (PT) e Frank Aguiar (PTB - vice da chapa petista) apresentaram emendas totalizando R$ 4,5 milhões e R$ 500 mil (respectivamente) e o prefeito simplesmente ignorou. Quem paga são os moradores."
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