Economia Titulo Segurança
Uso de banco pela
internet requer cuidado

Instituições financeiras investem alto em segurança na web,
porém clientes ainda correm risco de serem vítimas de fraude

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
03/02/2012 | 07:06
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Depois dos ataques do grupo de hackers Anonymousàs páginas virtuais de quatro bancos brasileiros nesta semana, o consumidor vai precisar prestar mais atenção ao usar a web para resolver pendências financeiras. De acordo com o Procon de São Paulo, o consumidor não precisa abortar o uso do internet  banking, mas ao perceber que o acesso ao conteúdo on-line está oscilando (a página de acesso entra e sai do ar com certa frequência), a recomendação é interromper a navegação e procurar outros canais de atendimento, como caixas eletrônicos e telefones.

O receio do órgão não é com o grupo que quer protestar contra a corrupção e, ao que tudo indica, não tem a pretensão de prejudicar a conta bancária dos clientes. "A preocupação é que a ação fragilize a estrutura bancária e que outros hackers consigam simultaneamente entrar no sistema. Podem surgir aproveitadores que vão tentar invadir e fazer estragos nas contas", explica o assessor chefe do Procon- SP, Carlos Coscarelli. De acordo com ele, a clonagem de senhas e de dados pessoais seria a principal consequência.

Segundo Coscarelli, é importante o consumidor verificar seu extrato bancário com frequência. Se notar qualquer saída de dinheiro, mesmo que seja pequena, ele deve avisar o banco. "E independentemente do consumidor não ter sido precavido, a instituição é responsável pelos atos criminosos", esclarece.

SEGURANÇA - As ações desta semana não são indicativos que a estrutura dos bancos no País é frágil. "O sistema bancário brasileiro é muito sólido, há poucos problemas de fraudes relatados. Normalmente é o cliente (ao disponibilizar dados a desconhecidos) e não a estrutura do sistema bancário que causam as ações criminosas", comenta o professor de rede de computadores da Fiap Almir Alves.

 

Os investimentos em segurança (o que inclui não só os meios eletrônicos) avançaram na última década. Em 2002, o montante que era de R$ 3 bilhões saltou para R$ 9,4 bilhões em 2010, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Para o professor da Fiap é provável que os hackers estejam fazendo milhares de acessos às páginas virtuais dessas instituições para paralisar o sistema que não consegue dar conta de tanta demanda. Por enquanto, a ação não traz perigo ao consumidor final. Por outro lado, se o grupo tiver acessando diretamente o banco de dados das instituições para, então, derrubar o sistema, a situação é mais grave do que parece. O criminoso consegue visualizar as informações dos clientes e, claro, manipular os dados que desejar.

AÇÕES - Na segunda-feira, a página do Itaú foi alvo dos hackers; na terça-feira foi a vez do Bradesco; na quarta, do Banco do Brasil e ontem, o HSBC. As instituições não confirmaram os ataques.




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