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Tempo bom e barato na ponte aérea
Da AJB
25/08/2005 | 10:27
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Num fim de semana comum, paulistas jogando futebol na praia e cariocas correndo no parque. Parece estranho? Pode ser, mas essas cenas vão se tornar corriqueiras daqui para a frente. Isso por conta da parceria fechada recentemente entre São Paulo e Rio de Janeiro para incentivar os moradores das duas cidades a trocar de capital durante os fins de semana. O projeto, chamado de Super Weekend, terá validade até 15 de dezembro. A iniciativa inclui passagem aérea de ida e volta, uma noite de hotel com café da manhã, cartão de assistência ao viajante e taxas hoteleiras que variam entre R$ 399 e R$ 499 por pessoa. Além disso, os participantes do programa ganham descontos entre 10% e 30% em vários passeios e estabelecimentos.

Este é o momento certo para os paulistas que só conhecem o Rio a trabalho tirarem o terno e a gravata e passear pelo bondinho, tomar água de coco na praia ou arriscar uns passos de samba na Lapa. E, para os cariocas, já passou da hora de deixar de torcer o nariz para São Paulo e cair na noite paulistana, conhecer o Ibirapuera e se fartar com os inúmeros restaurantes da cidade.

Para ajudar os leitores, oito personalidades de gabarito foram convidadas para dar dicas de um roteiro cultural, gastronômico, boêmio e esportivo nas duas capitais. Divirta-se!

Rio de Janeiro
Gastronomia: Pães, peixes e filés, delícias mil (Ettore Siniscalchi, gourmet e dono de restaurante)
"O nome do Filé de Ouro, no Jardim Botânico (quase esquina com a Lopes Quintas), já diz tudo: a casa tem filés e contrafilés deliciosos, servidos com acompanhamentos diversos. O lugar acabou de passar por uma reforma, aumentou o espaço, está muito gostoso. Mas, detalhe: não abre aos domingos.

Uma vez lá, vale aproveitar para ir, a pé mesmo, conhecer a Escola do Pão, um bistrô muito legal logo ali, na Lagoa. Recomendo, ainda, o Jobi – um clássico – e o Manekineko do Itanhangá. Lá, a comida é melhor, o pessoal é simpático e a decoração, interessante. No Cervantes da avenida das Américas, novinho, o serviço também é supereficiente. E tem, ainda, o Bira, em Barra de Guaratiba. Trata-se de um sobrinho do antigo Tia Palmira, mas com a vantagem da bela vista para a Restinga de Marambaia. O peixe é um pouco salgado, mas saboroso.

Por falar em frutos do mar, uma boa pedida é ir até o Mercado São Pedro, em Niterói, onde se encontra boa variedade deles. Fica perto das barcas e, de lá, pode-se ir até o Gruta de Santo Antonio. Fica bem pertinho e tem um bacalhau fantástico.

Não poderia deixar de recomendar, claro, o meu restaurante – o Ettore –, que até o fim do mês está com um festival de risotos."

Cultura: Museu a céu aberto
(Marieta Severo, atriz)
"O Centro antigo do Rio é delicioso. Passear pelas ruas com os casarões belíssimos já é um bom programa. O Centro Cultural Banco do Brasil está sempre com mostras interessantes. Dar uma caminhada ali por perto é ótimo, pois tem vários restaurantes gostosos. A pedida é tomar um chope depois de conferir a exposição.

O Espaço Cultural dos Correios, no Paço Imperial, que está com a mostra do Henry Moore, também vale a visita. O Museu de Arte Moderna (MAM) não poderia ficar de fora da lista: é um lugar muito bonito e sempre com exibições relevantes. A Arte Brasileira Hoje – Coleção Gilberto Chateaubriand é imperdível. Outro excelente é o Instituto Moreira Salles, sempre com bons programas. O lugar é delicioso, com belas exposições e exibição de filmes.

Entre os cinemas, recomendo os do Estação, que sempre têm uma seleção de filmes para se prestar atenção. Quanto às peças de teatro, gostei muito do Triunfo Silencioso, do Bernardo Jablonski, no Teatro do Leblon. E, claro, recomendo o meu teatro, com a maior convicção: o Poeira é uma delícia, você pode sentar, tomar um vinho no Café Botânico e curtir a programação."

Esportes: entre praias e florestas
(Jacqueline Silva, jogadora de vôlei)
"Vivo me exercitando ao ar livre. Não sou muito fã das modalidades radicais, como montanhismo ou rapel, embora o Rio seja cheio de lugares propícios a eles. Por causa da minha profissão, pratico muito esporte na praia. A minha preferida para jogar é a de Ipanema, na altura da rua Garcia Dávila. Nas Paineiras, a caminhada é supergostosa, ainda mais se for arrematada por um delicioso banho de água fria, ali mesmo. O Jardim Botânico também é destino certo para quem gosta de manter a forma sem perder o contato com a natureza.

Se estiver muito quente, porém, nada supera um bom mergulho no Arpoador – o melhor mar que tem. Mais carioca, impossível."

Boemia: Agito noturno na Lapa
(Ciça Guimarães, atriz)
Falar de boemia na cidade maravilhosa é com ela mesmo. A carioca Ciça Guimarães, aos 47 anos, tem pique de sobra e está sempre na night. Apesar de estar trabalhando muito agora, como a Nina da novela América, e não estar saindo muito para boates com os filhos, como costumava fazer, Ciça dá dicas de alguns programas na noite do Rio.

Um dos seus preferidos ultimamente tem sido ir ao Teatro Odisséia e emendar com um chope no Capela, ambos na Lapa. A casa noturna sempre abre com shows de samba e depois continua a ferver com DJs comandando a pista. O que mais chama a atenção da atriz é a programação variada do lugar, que reúne shows, mostras de arte e de cinema. "Depois do Odisséia, o bom é comer e beber no Capela. Adoro o bife à milanesa de lá, mas o que eu mais gosto mesmo é o chope" (risos).

"Outro programa para as noites cariocas é o restaurante Miss Tanaka, no Horto, que tem uma vista maravilhosa. Ótimo para ir bem acompanhado. O melhor de lá são as surpresas do sushiman. Ele vem sempre com uns enroladinhos que são uma delícia..."

A atriz, que mora na Gávea, costuma ficar mais por ali mesmo e não dispensa uma parada no bar Guimas. "Lá tem uma varanda superlegal. Sempre que vou tomo um bom vinho e fico vendo a vida passar muito feliz."

SÃO PAULO

Gastronomia: Culinária saborosa e variada
(Venanzio Ferrari, gourmet e dono de restaurante)
"São Paulo atrai pela grande variedade de compras, museus e outros passeios, mas lugares para se comer é o que não falta. Tem tanta coisa que é até difícil escolher. As diversas e famosas pizzarias daqui diferem pela variedade de recheios, massas e tipos de feitura. A Camelo tem uma massa muito fina, bem leve e oferece um ou outro prato. A característica da Speranza é a massa e a borda grossas. Já a Marguerita é intermediária.

As churrascarias também são inúmeras. Tem desde as que servem rodízios, como a Fogo de Chão, até aquelas mais tradicionais, em que você escolhe a porção de carne – prefiro essas, acho os pratos muito mais saborosos. Assim tem a Rubayat, muito mais gostosa, mas é mais cara também.

Claro que tem o Massimo Ristorante (dele e do irmão), de comida italiana sofisticada, o Fasano, em que a gastronomia é como a das casas de alto nível na Itália. Não é um refeitório e sim um convívio, um momento elegante.

Cantina italiana em São Paulo tem de sobra. Uma que está muito na moda é a Figueira. Ela é nova e tem uma linha diferente, com comida feita em forno muito forte. Lá também servem pratos como o caixote de frutos do mar, uma tigela retangular que vem com uma mistura deles. E, embora seja cozinha da Itália, a casa tem uma feijoada muito boa! Para comida italiana mais barata, há muitas opções nas Cantinas do Bexiga, onde a especialidade é o cabrito. O público e o ambiente, porém, são diferentes.

De boteco, eu sugiro o Pirajá, com estilo carioca até no nome. Excelente chope, comidinhas e petiscos ótimos, como o bolinho de carne-seca. De uns tempos para cá, vêm surgindo também muitos cafés. O Suplicy é muito bom, tem muitas variações da bebida. Oferece doces e pequenos salgados. Ótimo para passar uns minutinhos.

Um restaurante que eu sugiro para os casais irem à noite é o Tambuille, de comida ítalo-francesa. É sofisticado e romântico. De comida típica francesa tem o Le Coqhart, que é a estrela máxima dos franceses daqui. A perna de cordeiro é a pedida. Sem falar em outros tantos de comida coreana, árabe, chinesa, japonesa, tailandesa... São tantos que não cabem no jornal inteiro!

Ah, também não poderia esquecer o Mercado Municipal, onde apareceu uma moda de sanduíches enormes e bem feitos. O pessoal faz fila pelos pastéis. Lá são vendidos peixes, carnes, frutas, queijos... Tem de tudo para comer."

Esporte: Paz ou adrenalina, é só escolher
(Mari, jogadora de vôlei)
"O lugar onde costumo me exercitar mais é no Parque do Ibirapuera. Adoro andar de roller com a minha cachorra Bextra, da raça border colly, principalmente à noite, que é mais vazio. O parque é muito grande, tem um gramadão enorme e é muito badalado, está sempre cheio de gente bonita. É bom para paquerar também: se for com cachorro é melhor ainda, porque sempre rola do seu animal correr atrás de outro e então você acaba conversando com o dono dele. Às vezes, também vou andar de patins no Parque Villa-Lobos, que é menor e mais tranqüilo. Não tem tanta gente.

Outro programa que é bem legal é caminhar na Serra da Cantareira. Tem muito tempo que não vou lá, porque estou sem tempo, mas andar no meio do mato é um passeio muito bom. Lá o pessoal vai também para andar de bike na trilha ou na estrada mesmo. E ainda tem uma área, chamada Velhão, que tem restaurante, loja de material de demolição e lojinhas de artesanato.

Já para quem prefere fazer algo mais radical, é legal ir à represa Guarapiranga. Dá para fazer wake e esqui na água, remo e canoagem. E tem instrutores lá que ajudam o pessoal. Passeios a cavalo eles oferecem só à noite. Já fiz tudo isso, mas o que eu mais gosto é o esqui. É bem divertido."

Cultura: Fartura de filmes e exposições
(Fernanda Lima, modelo, apresentadora e atriz)
"Aos sábados, um programa legal é ir logo pela manhã à Oca do Ibirapuera, conferir a programação que esteja rolando. Sempre tem alguma coisa única e imperdível. Na saída, pode-se escolher um restaurante nas redondezas da Vila Olímpia, bairro ótimo para caminhar, silencioso e arborizado. As praças da cidade exibem nas calçadas feirinhas de antiguidades que valem a pena. Minhas preferidas são a Benedito Calixto e a do Bexiga.

Cinemas também são uma ótima opção de lazer na cidade, já que contam com infra-estrutura de primeira, pipoca quentinha e programações muito variadas de filmes antigos ou focados no trabalho de um só diretor.

Os Sescs sempre oferecem boa programação, que vai de shows antológicos a peças de teatro de excelente qualidade. Para os que gostam de música, as galerias do Rap e do Rock são ótimas pedidas no quesito variedade. E, já que estamos falando de Centro da cidade, vale dar uma passadinha para um aperitivo no Terraço Itália, que não deixa nada a dever a restaurantes europeus.

Tecnologia e variedade são expostas nas duas Fnacs de São Paulo, e ali dá para se perder por algumas horas."

Boemia: Sofisticação paulista, clima carioca
(Wilson Simoninha, cantor)
"São Paulo reúne duas coisas bem bacanas: a atmosfera do Rio de Janeiro e a sofisticação paulista. De uns tempos para cá, a cidade começou a ter vários bares com espírito carioca, despojados, com mesas na rua. O melhor de tudo está na Vila Madá (Madalena). Quem vier para São Paulo no fim de semana e quiser se divertir tem de ir para lá. Há opção para todo mundo, com certeza a pessoa vai encontrar uma com a sua cara. Gosto bastante do Genésio, do Filial e do São Cristovão. Mas tem muitos mais, e o legal é ir diversificando, para conhecer todos.

Há, ainda, algumas casas com música ao vivo e espaço para dançar que são muito legais, como a Rose Bombom, a Graciadiu e a Blen-blen, que é bem famosa. Geralmente, quem se apresenta lá são bandas e artistas novos ou projetos com artistas um pouco mais conhecidos. O astral de todos esse lugares é muito bom. Todos devem ter o chope bom, certo? E isso eles têm.

Boate rola mais na Vila Olímpia, mas não curto muito, nem conheço. Só as que a gente ouve falar, como a Lotus, que é bem badalada. O legal de lá é que dá para circular a pé – parecido com o Rio, mesmo.

Para quem gosta de comer na madruga, sugiro duas lanchonetes de que gosto bastante. Sempre peço um x-salada na New Dog do Itaim, que é a mais tradicional. Ela foi reformada há pouco tempo, está enorme e tem estacionamento. Lá sempre vai ter um sanduba esperando você: fica aberta até por volta das 6h. Tem também a Frevo, nos Jardins, que é bem pequenininha e antiga. Lá fecha um pouco antes das 6h."




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