Depois do recorde mensal obtido em dezembro, com 204,8 mil veículos vendidos, o mercado vive em janeiro uma ressaca, com fila de espera, corte de descontos e até ágio em alguns modelos. O problema ocorre com versões de pequeno porte, como o Prisma, da General Motors, que tem fila de espera de 30 a 40 dias, ao modelo luxuoso Jetta, da Volks, oferecido com sobrepreço de R$ 3 mil.

Janeiro começou com estoques de 134,6 mil veículos nas fábricas e nas concessionárias, o mais baixo volume mensal desde maio de 2004, quando havia 133,3 mil veículos nos pátios, incluindo caminhões e ônibus, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). A maioria das montadoras deu férias coletivas em dezembro.

As vendas na primeira quinzena do mês estão 30% mais fracas em relação a dezembro, mas na comparação com janeiro de 2006 há crescimento de 35%, com 72,2 mil unidades emplacadas, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos). A entidade projeta um aumento de 10% em relação a igual mês do ano passado, quando foram vendidos 126 mil veículos.

O campeão de espera é o Honda Civic. Para todos os modelos, com preços entre R$ 62,8 mil e R$ 83,8 mil, há espera de três meses para a entrega. O desabastecimento ocorre desde a chegada da nova versão, em abril, mas se acentuou nas últimas semanas. “Temos lista com 200 clientes à espera do Civic”, diz Henrique Benini, diretor de vendas da HPoint, concessionária Honda. Quem deixa um sinal tem prioridade na entrega. A montadora informou que aumentará a produção a partir de março, mas só concluirá as obras de ampliação da fábrica em Sumaré (SP) no segundo semestre. Até lá, as filas devem continuar.