Todos conhecem o drama de escolher uma profissão: com pouca experiência real e sob pressão da família, o jovem precisa decidir seu futuro. O que fazer para que esse momento decisivo seja o menos complicado possível? E mais, o que fazer para acertar na escolha? Contam-se às centenas os casos de jovens que optam por determinado curso, freqüentam as aulas por alguns meses e se arrependem da opção feita. A situação piora quando os pais não conseguem intuir que o filho deu um passo errado e não aceitam que refaça sua carreira, taxando-o de indeciso.

A chave para aumentar as chances de acertar na escolha é fazer, antes, uma profunda investigação dos talentos individuais, que são capacidades inatas de bom desenvolvimento em determinadas atividades. Elas levam cada um a trabalhar com ânimo e entusiasmo, facilitando a aprendizagem e a especialização. Quando usamos nossos talentos, sentimos prazer e motivação ao buscar criativamente novas formas de expressão e de fazer o trabalho. A boa notícia é que as empresas cada vez mais valorizam essas habilidades, porque percebem que podem se tornar um diferencial.

Ainda assim, o Instituto Gallup, depois de investigar quase 2 milhões de pessoas em 100 países e em 63 companhias, concluiu que 80% dos trabalhadores no mundo não usam seus melhores talentos; são apenas técnicos trabalhando em sua zona de comodidade. Por isso não vivem e trabalham motivados. Então, comece se perguntando: o que faria todos os dias de sua vida se não tivesse que se preocupar com dinheiro? Quais as suas habilidades inatas principais e como gostaria de usá-las para gerar prosperidade e felicidade? O que tem feito para desenvolver esse potencial? Os cientistas provaram que o cérebro gasta menos energia e libera mais endorfinas (o ‘‘hormônio do bem-estar’’) quando usamos nossos talentos.

A partir daí, é hora de investigar-se. Leia livros e artigos sobre os assuntos que o interessam, converse com pessoas que seguiram a profissão que você deseja seguir. Antes de prestar vestibular, visite empresas, procure estágios, amadureça sua escolha, experimente – não fique apenas na teoria acadêmica. Na dúvida, complemente sua pesquisa com uma orientação vocacional, preferindo as que misturam testes, entrevistas personalizadas e dinâmicas às que simplesmente enquadram seus clientes nas profissões tradicionais. Até porque, muita gente não se encaixa nas tais profissões tradicionais, o que pode ser uma boa notícia.

Atualmente, todo tipo de habilidade pode se tornar rentável, desde que sua aplicação seja acompanhada de um planejamento estratégico. E quem conhece e acredita em suas habilidades não pode se deixar acomodar, sob o pretexto de que o mercado está concorrido. Sempre há espaço para experimentação e originalidade, especialmente em tempos de crise, quando essas características são ainda mais importantes. Até mesmo um hobby pode virar profissão, se você fizer um plano de carreira adequado e souber apostar suas fichas de forma correta.

Por fim, exerça sempre sua criatividade, em qualquer área que escolher, mesmo que isso signifique cometer erros e arriscar. O aproveitamento máximo das habilidades individuais foi o que levou grandes personalidades, como Albert Einstein, Leonardo Da Vinci, Madre Tereza ou Madonna a se destacarem dos bilhões de habitantes do planeta. Também sempre existiram pessoas que marcaram a diferença graças aos seus talentos, mesmo que não se tornaram famosas. Elas buscaram a superação constante, aproveitando o estudo, as técnicas e a experiência para transformar seu potencial em alto desempenho. Não tenha medo de errar e, se for o caso, recomece sempre. Nunca é tarde para ser feliz.

* Mauro Press Maksuri é consultor em Gestão de Talentos da organização internacional Condor Blanco, criador do Método Maksuri e médico com pós-graduação em Psicologia Junguiana. www.gestaodetalentos.com