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Morte é estopim de paralisação na VW
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
09/04/2008 | 07:30
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A morte de um funcionário da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo, foi o estopim para que metalúrgicos da unidade Anchieta paralisassem terça-feira a produção da montadora durante duas horas nos dois turnos.

Os trabalhadores alegam que cruzaram os braços em protesto contra o mau atendimento do ambulatório médico, que não teria diagnosticado um aneurisma em Antoni Pereira da Silva, de 40 anos, que trabalhava na estamparia.

Procurada pela reportagem, a Volkswagen afirmou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

Segundo trabalhadores da empresa, o funcionário passou mal na montadora na última semana com fortes dores de cabeça e procurou o ambulatório. No atendimento médico, o operário recebeu a medicação para a dor e foi liberado para retornar à sua função na fábrica.

Contudo, ainda sentindo dores, ao sair da Volks procurou ajuda médica, que constatou um aneurisma cerebral. Silva foi internado na quarta-feira da semana passada e morreu na segunda-feira. O enterro foi terça-feira, em Mauá.

“Não é de hoje que reclamamos do atendimento médico do ambulatório. Já fizemos manifestações por causa disso, em 2001, e a mobilização já estava programada, Mas com a morte de um trabalhador, não podíamos ficar quietos”, conta Francisco Duarte de Lima, o Alemão, integrante do comitê sindical da Volks.

Segundo o dirigente, os trabalhadores têm reclamado que os médicos na montadora não têm aceitado os laudos e atestados médicos trazidos pelos metalúrgicos de consultas feitas pelo convênio. “Eles olham e não aceitam. E o trabalhador é obrigado a retornar a suas atividades, mesmo doente”, garante o sindicalista.

Com a paralisação, a empresa se comprometeu a contratar mais três médicos para o ambulatório. “Mas é preciso mais especialistas. Ou então eles devem aceitar os atestados dos médicos de médicos de fora da empresa. Também é necessário uma médica e uma enfermeira para atender as mulheres”, reivindica Alemão. “O que queremos é que o trabalhador se sinta bem atendido dentro da Volks”, completa.



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